Líder comunitário pede investigação do MP sobre nepotismo na Prefeitura de Paranavaí

Alcione Messias de Jesus é líder comunitário ligado à Associação de Moradores dos Oito Conjuntos da Vila Operária. Também é presidente do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Ele apresentou ao Ministério Público um pedido de investigação sobre nepotismo na Prefeitura de Paranavaí.
O caso refere-se às nomeações de Marcio Gonçalves na Secretaria de Esporte e Lazer e de sua esposa Aparecida Gonçalves na Secretaria de Educação.
Em visita à Redação do Diário do Noroeste, na tarde de ontem, Jesus defendeu a ação: “As nomeações são inconstitucionais, e o poder público vai ter de resolver a questão”, disse. Segundo ele, o pedido de investigação foi protocolado na manhã de ontem.
O caso, argumentou, é semelhante ao questionado durante a gestão anterior do prefeito Rogério Lorenzetti, quando Marcio Gonçalves foi nomeado chefe de Gabinete e sua esposa Aparecida Gonçalves já ocupava o cargo de secretária de Educação. “A situação foi julgada improcedente. Agora, estão fazendo a mesma coisa. Isso é rir da Justiça”, afirmou Jesus, enfático. “É uma atitude ilegal e imoral”, completou.
O secretário municipal de Comunicação Social, Jorge Roberto Pereira da Silva, afirmou que todas as nomeações feitas pelo prefeito Rogério Lorenzetti foram devidamente avaliadas. “As decisões foram tomadas com base na legalidade”, disse.
Silva destacou que não há inconstitucionalidade quando duas pessoas da mesma família ocupam cargos de primeiro escalão. No passado, relembrou, Marcio Gonçalves ocupou um cargo de segundo escalão.
O secretário municipal de Comunicação Social citou alguns exemplos: a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, são casados; e o governador do Paraná, Beto Richa, nomeou o irmão Pepe Richa secretário de Estado de Infraestrutura e Logística. “Não há base jurídica para fazer a denúncia”, reforçou.
Procurado pela equipe de reportagem do DN para falar sobre o pedido de investigação, o promotor de Justiça que recebeu a denúncia não quis comentar o caso.