Líder de acampamento foi assassinada por outro integrante do movimento
A líder de acampamento de trabalhadores rurais em Querência do Norte, Maria Cristina da Silva, 50 anos, foi assassinada em disputa interna por outro acampado. Testemunhas relatam que o suspeito defendia a mudança de rumo do grupamento para o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). Os acampados são ligados ao Movimento de Luta pela Terra (MLT).
Essa é a principal linha de apuração do assassinato com base nas declarações de familiares da vítima. A morte ocorreu sexta-feira à noite. Outras testemunhas deverão ser ouvidas.
A mulher levou um tiro no peito, disparado a curta distância, dentro do Acampamento 19 de Fevereiro, Fazenda São Francisco, Distrito de Icatu, em Querência do Norte. Ela ainda foi socorrida, mas chegou sem vida ao hospital.
O marido e o genro disseram à Polícia Civil no primeiro depoimento que no último dia 22 (quinta-feira) Maria Cristina tinha acabado de chegar de Brasília, onde pediu a vistoria da terra às autoridades. Então, se reuniu com os acampados.
Foi quando teria discutido com algumas pessoas e que um homem identificado pelo apelido de “Barriga”, a acusou de nada ter conseguido para as famílias e que por isso o grupo deveria migrar para o MST, que alegava estar representando.
Os familiares da vítima completaram que Barriga teria dito para Maria sair da terra e ela em resposta teria afirmado que não sairia, “a não ser que fosse morta”.
O CRIME – Na noite seguinte, detalham as testemunhas, por volta das 22 horas, o suspeito e um grupo de diversos homens retornaram, armados com revólver, espingarda e pistola, além de facões.
Então, Barriga teria ido à casa da vítima e houve nova discussão na frente do imóvel, quando o suspeito teria feito o disparo, de muito perto, atingindo o peito da vítima. Todos fugiram logo após o disparo.
O delegado-chefe da 8ª Subdivisão Policial de Paranavaí, Luiz Carlos Mânica, confirmou à reportagem do Diário do Noroeste que os rumos da investigação apontam para a disputa pela terra.
O caso de violência levou ao reforço no policiamento na área, isto porque havia o temor de que poderia acontecer desdobramento a partir da morte da líder.
Ontem, um policial informou ao DN que a situação seguia de aparente calma, apesar da preocupação com o episódio do final de semana. O Diário do Noroeste não conseguiu contato com os movimentos para falar sobre o assunto.