Líder municipal do PT diz que momento requer resistência, mobilização e união

A condenação e a prisão de Luiz Inácio Lula da Silva foram atos políticos. O argumento é do presidente do diretório municipal do Partido dos Trabalhadores (PT) de Paranavaí, Silvio Alexandre dos Santos. Na avaliação dele, foi uma maneira encontrada pelos opositores para evitar que ele participasse da corrida presidencial deste ano.
Líder em diferentes pesquisas de opinião, Lula venceria as eleições e voltaria à Presidência da República. Essa possibilidade assustou a direita e motivou a segunda fase do golpe parlamentar iniciado com o impedimento da ex-presidente Dilma Rousseff, conforme declarou o líder do PT de Paranavaí.
De acordo com Santos, a prisão sem provas a partir de um processo jurídico repleto de erros deixa evidente que “a elite não derrubou a esquerda pelo voto”, por isso, precisou construir um novo cenário para se manter no poder.
Trata-se, na opinião do presidente do diretório municipal do PT, de uma luta de classes. “Com Lula, tivemos crescimento e distribuição de renda. Foi um governo popular, com políticas públicas de inclusão social, que tirou o país do mapa da fome. Mas eles não querem mais um Brasil para todos”.
O vereador Carlos Alberto João, também do PT, apontou outro aspecto do chamado golpe parlamentar. A essência, disse, é a entrega das riquezas naturais do Brasil para empresas estrangeiras, contrariando a soberania nacional. Já aconteceu com o petróleo, e existe a possibilidade de se estender para outros recursos de que o país dispõe.
FORTALECIMENTO – Todas essas arbitrariedades têm motivado a militância petista. “O que está acontecendo é uma série de agressões à democracia. Isso dá mais forças para os movimentos sociais e os partidos de esquerda”, ponderou o presidente do diretório do PT de Paranavaí.
Para Santos, a liderança do ex-presidente Lula não enfraqueceu após a condenação em segunda instância e a prisão. Ao contrário, estimulou a população a lutar contra o golpe que se instaurou no Brasil. “As palavras de ordem são: resistência, mobilização e união”, enfatizou.
A opinião do vereador Carlos Alberto João é semelhante. “O que estão fazendo contra Lula tem despertado até os militantes mais antigos”. Ele avaliou que o PT sofre perseguições políticas há décadas, mas que os resultados das atuais ações do Poder Judiciário foram determinantes para resgatar uma característica do partido: a união das massas.
Por isso, petistas e defensores do ex-presidente continuam em vigília em Curitiba, próximo à sede da Polícia Federal, onde Lula está preso. Querem mostrar a força política do líder popular e dos movimentos sociais.
ESTRATÉGIAS – O assessor parlamentar do vereador petista, Gustavo Poldo de Souza, afirmou que o Partido dos Trabalhadores fará um trabalho de conscientização sobre a situação que o país enfrenta. A ideia é alcançar a base, ou seja, colocar essa estratégia em prática no âmbito municipal.
A partir daí, ampliar o número de filiados e investir esforços para fazer crescer também a quantidade de deputados estaduais e federais eleitos neste ano. A renovação de lideranças e o amplo debate com os movimentos sociais são outras propostas do PT para o fortalecimento partidário.
PRESIDÊNCIA – A mobilização popular em torno do líder nacional motivou o PT a manter a pré-candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva para a Presidência da República. O nome dele será protocolado dentro dos prazos previstos, para que concorra novamente ao cargo.
A candidatura é viável, explicou Santos, porque Lula não foi condenado em última instância. Por isso mesmo, disse, não poderia estar preso. Segundo o vereador Carlos Alberto João, somente uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) poderia tornar o ex-presidente inelegível.