Lindbergh diz: “Reforma é perversa”
BRASÍLIA – O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) comemorou o crescimento das mobilizações contra a proposta do governo para mudar as regras previdenciárias.
Para ele, a reforma vai prejudicar os mais pobres, enquanto a parcela mais rica da sociedade terá seus privilégios preservados, aumentando as desigualdades sociais.
Na avaliação de Lindbergh, as mudanças serão “especialmente perversas” com o trabalhador rural, que será obrigado a contribuir até os 65 anos, mesmo trabalhando em condições adversas, típicas de quem vive no campo.
“Não tem nenhuma medida para os bancos, para os multimilionários do país, para os altos salários do Ministério Público, do Judiciário, do Legislativo, não tem taxação de grandes fortunas. É só em cima do pobre, que ganha aposentadoria de salário mínimo. Estão mexendo com aqueles que recebem benefício de prestação continuada”, protestou o senador.
TERCEIRIZAÇÃO – Lindbergh elogiou os nove senadores do PMDB que, em carta, pediram que o presidente da República, Michel Temer, não sancione o projeto de terceirização de mão de obra aprovado pela Câmara dos Deputados.
O senador Lindbergh Farias citou estudo que mostram que os terceirizados trabalham três horas semanais a mais que os contratados diretamente pelas empresas e, mesmo assim, recebem salários 24% menores.
Com a terceirização irrestrita, essa situação pode piorar, disse o senador, que também criticou a adoção da responsabilidade subsidiária, em vez da solidária, de quem contratou mão de obra terceirizada.
“Isso significa o que? O trabalhador somente poderá acionar a empresa tomadora de serviços após executar a empresa terceirizada. Isso aqui é um absurdo”, afirmou.
FÁTIMA BEZERRA – A senadora Fátima Bezerra (PT-RN) espera que o projeto aprovado pela Câmara sobre a terceirização de mão de obra não seja sancionado pelo presidente Michel Temer. Ela citou como motivos a grande rejeição popular e a pequena diferença de votos que houve na aprovação do projeto.
De acordo com a senadora, se o texto for sancionado, os salários serão ainda menores do que os atuais, haverá redução no número de empregos e na assistência social aos trabalhadores.
Fátima Bezerra apresentou estimativa da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho, dando conta de que a perda salarial será de 30% e os índices de acidentes de trabalho poderão chegar a 80% entre os terceirizados.
“Não é só o mundo sindical, as centrais sindicais, os sindicatos que estão se colocando contrariamente a este projeto de lei. São várias instituições, é o Ministério Público do Trabalho, até setores ligados ao empresariado também estão chamando a atenção para a dureza das regras que tratam da questão da terceirização que foram aprovadas através do projeto de lei 4308”. (da Agência Senado)