Lorenzetti fala em sociedade mais justa e fraterna

O prefeito de Paranavaí, Rogério Lorenzetti, abriu ontem as atividades em comemoração à Semana da Pátria convocando os cidadãos a trabalhar pelo desenvolvimento. “Nesta data magna da nação, conclamo todos os homens e mulheres de bem de nossa cidade, nossos estudantes e nossas autoridades a continuarem firmes neste honroso trabalho de construção de uma sociedade mais justa e fraterna”, frisou.
O presidente da Câmara, vereadores, Mohamad Smaili, ponderou que a Semana da Pátria é um momento de reflexão para todos os cidadãos.
“Acredito que a luta, desde que seja ordeira e civilizada, reflete os anseios de um povo. Vemos hoje o povo palestino lutando, há tanto tempo, pelo direito de ter uma pátria, sem se amedrontar nem com as forças bélicas. Nós vivemos em um país livre e democrático e precisamos enaltecer a coragem daqueles que lutaram para quebrar a ditadura. A democracia é uma conquista inquestionável e precisamos dar exemplo de patriotismo para outras nações. Viva o Brasil! E que Deus conceda bênção sobre o nosso país”, discursou Mohamad, representando o Poder Legislativo.
Representando o Poder Judiciário, o juiz diretor do Fórum de Paranavaí, José Foglia Júnior, saudou o período comemorativo que se inicia e lembrou que “esta é uma data de grande importância para nosso país, onde comemoramos a nossa independência. Que o exemplo dado por Dom Pedro I, de amor por esta terra, esteja sempre presente em nossos corações, e que cada um de nós faça o melhor em prol do nosso país”.  
Já o promotor do Ministério Público, Sílvio Aparecido Santos, destacou a importância do amor à pátria. “Um trecho da Canção do Soldado diz: ‘como é sublime saber amar e adorar a terra onde se nasce’. A nossa pátria é nossa casa. Devemos amá-la e trabalhar por ela. Quando cada brasileiro amar verdadeiramente o solo em que vive, seremos certamente uma das maiores nações do mundo”, afirmou.
FOGO SIMBÓLICO – O fogo simbólico da pátria foi conduzido pelo atleta Antonio Senra, que há 29 anos transporta a tocha. A pira permanecerá acesa durante toda a semana em frente à Prefeitura Municipal.
Nos demais dias que compreendem a Semana da Pátria (de 3 a 6 de setembro), cada entidade fica livre para realizar atividades alusivas em seus locais de trabalho.
No dia 7 de setembro será realizado o tradicional Desfile Cívico na Rua Pernambuco, no trecho entre as Ruas Paraíba e Souza Naves, a partir das 8h. No total, 38 instituições, entre escolas e outras entidades, confirmaram participação.
A solenidade de abertura da Semana da Pátria foi acompanhada por vereadores, secretários municipais, alunos e professores de escolas públicas e particulares, atiradores do Tiro de Guerra e a comunidade, que assistiram ao hasteamento da bandeira e a chegada do fogo simbólico, ao som do Hino Nacional e do Hino da Independência, executados pelos músicos Orquestra de Sopros Paranavaí (OSP).

Discurso do prefeito Rogério Lorenzetti
“Damos início hoje às celebrações do que, passados quase dois séculos, ainda se constitui na data magna da Nação, a Independência do Brasil. Em mais de 500 anos de história, nenhum outro fato no país se tornou tão importante quanto quando proclamamos nossa independência, deixando de ser colônia de Portugal.
A Proclamação da Independência por Dom Pedro I não foi um ato isolado: vários acontecimentos precederam o chamado Grito do Ipiranga, dentre as quais a insatisfação popular com a exploração de nossas riquezas, a insatisfação dos militares da época, que eram subordinados aos militares portugueses, apesar da mesma patente, os altos impostos.
Também precedeu a Proclamação da Independência, um abaixo-assinado para que o príncipe regente permanecesse no país, apesar das ordens de seu pai, Dom João VI, para que retornasse a Portugal. O mesmo sentimento da necessidade da permanência do príncipe regente no país foi levado a Dom Pedro I por aqueles que, a época, formava o PIB desta Nação.
Veio a Independência, apesar de alguns temerem que tal fato pudesse provocar uma ruptura social, o que não aconteceu. Mas um olhar mais crítico sobre a História do Brasil mostra que o povo mais pobre sequer acompanhou ou entendeu o significado da independência, a estrutura agrária continuou a mesma, a escravidão se manteve e a distribuição de renda continuou desigual. A elite, que deu suporte a D. Pedro I, foi a camada que mais se beneficiou.
Senhoras e senhores:
Passados 191 anos desde a Proclamação da Independência, percebemos que os ideais daquela época ainda permanecem vivos na memória dos brasileiros: continuamos lutando por uma reforma tributária, para levar a informação às classes populares, pela reforma agrária, pelo fim da exploração, embora hoje os exploradores estejam em nosso próprio país e ela se dá principalmente através da corrupção.
Também percebemos que a sociedade continua tendo uma grande importância nos destinos do país. Se à época foi feito um abaixo-assinado, hoje os cidadãos saem às ruas do país pedindo mais investimentos em saúde, uma reforma política que acabe com um sistema perverso e ultrapassado, e, sobretudo, o fim da corrupção.
Em 1822, Dom Pedro I deu respostas à sociedade. Imbuído de grande coragem, rompeu com a corte portuguesa, baixou impostos, equiparou os militares brasileiros aos lusitanos, compôs um governo com aqueles que defenderam a independência e, ainda quando o Brasil era colônia, convocou uma Assembleia Constituinte, organizou a Marinha de Guerra, obrigou as tropas de Portugal a voltarem para o reino. Determinou também que nenhuma lei de Portugal seria colocada em vigor sem a sua aprovação. Além disso, o futuro imperador do Brasil, conclamava o povo a lutar pela independência.
E hoje, quais respostas estamos dando às demandas populares? Estamos ouvindo o clamor das ruas?
A independência do Brasil, a verdadeira independência, ainda está em fase de construção.
Não há independência, enquanto tivermos uma criança fora da escola, enquanto não levarmos os serviços de saúde a todos os rincões deste país, enquanto tiver uma família passando fome, enquanto a corrupção continuar sendo, ainda que para uns poucos, sinônimo de esperteza, enquanto vigorar a “Lei de Gerson”, em que todo mundo quer levar vantagem.
Não haverá a verdadeira independência enquanto tivermos que nos envergonhar de um cidadão continuar com mandato parlamentar, embora esteja cumprindo prisão, enquanto a impunidade continuar grassando neste país, beneficiando principalmente os que têm poder econômico e político, enquanto Executivo e Legislativo manterem suas relações na base da barganha, enquanto um brasileiro ainda não tiver garantido o acesso à justiça, enquanto não houver transparência nos órgãos públicos.
Este é o recado das ruas a nós que estamos investidos de autoridade.
Autoridades, senhoras e senhores:
Em Paranavaí, estamos trabalhando fortemente para dar a independência à população. Como disse esta semana o prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet, precisamos ter uma relação de honestidade com a cidade. Tudo não pode ser feito, mas lutaremos todos os dias para fazer o melhor. É isso que estamos fazendo.
Em muitas ocasiões precisamos nos investir de grande coragem para tomar certas medidas, algumas impopulares, mas necessárias. Os políticos não podem nortear suas ações pensando exclusivamente em eleições. Agir desta forma é decretar a falência da administração pública, é ir contra os interesses maiores de uma cidade, um estado ou um país.
A chama que norteou o movimento pela independência do Brasil precisa estar acesa dentro de nossa alma e seus ideais guiar as ações da população e das autoridades.
Cada brasileiro, independente de sua posição econômica, pode e tem o dever de ajudar na construção de nossa independência.
O poder público tem limitações orçamentárias. Mas nossos sonhos são livres. E o sonho vira realidade assentando tijolo a tijolo. Se cada um fizer sua parte de forma permanente e esta postura passar às futuras gerações, num futuro não muito distante vamos conquistar a verdadeira independência.
Por fim, conclamo todos os homens e mulheres de bem de nossa cidade, nossos estudantes e nossas autoridades a continuarem firmes neste honroso trabalho de construção de uma sociedade mais justa e fraterna.
Vamos juntos concluir o trabalho iniciado por Dom Pedro I. Que sua coragem, sua determinação e seus ideais nos inspirem no nosso dia a dia; que seu grito de independência continue ecoando em nossos corações e que seu gesto não tenha sido em vão.
Somos brasileiros e não desistimos nunca. Assim seja. Muito obrigado”.