Maioria dos criadouros do Aedes aegypti está dentro dos imóveis residenciais

Talvez você não perceba, mas os focos de Aedes aegypti podem estar no quintal da sua casa. Sem eliminá-los, você favorece a propagação do mosquito que transmite dengue, zika e febre chikungunya.
Para se ter uma ideia, 36,7% dos criadouros correspondem a pequenos depósitos móveis  e bebedouros de animais. Outros 32,7% estão em lixos, garrafas, plásticos, latas e entulhos de construção.
Os números são da Vigilância em Saúde de Paranavaí e mostram que grande parte da responsabilidade pela proliferação do mosquito é dos próprios moradores. A dificuldade está em conscientizar a população sobre a importância de eliminar esses criadouros.
Na manhã de ontem, em reunião do Comitê Municipal de Mobilização e Combate à Dengue, o secretário de Saúde, Agamenon Arruda de Souza, lamentou a falta de participação da comunidade. “Precisamos da colaboração de todos”.
O resultado do descaso pode ser percebido na quantidade de notificações emitidas pela equipe da Vigilância em Saúde. Só em janeiro deste ano, foram 188. Desse total, 129 se converteram em advertências e 21 em multas.
A maior quantidade de multas foi para moradores do Jardim Morumbi, 12. No Jardim Santos Dumont, outras sete pessoas receberam a punição. No Jardim Ouro Branco, mais duas. A multa é de R$ 400, dobrando a cada reincidência.
De janeiro até o último levantamento feito pela equipe da Vigilância em Saúde, na segunda-feira, 367 casos suspeitos de dengue tinham sido registrados. 63 foram confirmados, 263 foram negativados e 41 ainda estão sendo analisados em laboratório.

Comitê de Combate à Dengue traça estratégias em Paranavaí
Integrantes do Comitê Municipal de Mobilização e Combate à Dengue se reuniram na manhã de ontem para conversar sobre o atual cenário de Paranavaí e traçar estratégias para conter o avanço das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti (dengue, zika e febre chikungunya).
Uma das propostas é realizar grandes mutirões em diferentes bairros da cidade. Os participantes levarão orientações aos moradores e ajudarão na realização da limpeza de quintais e terrenos baldios, fazendo a eliminação de focos de larvas do mosquito.
Para tornar a ação eficiente, o Comitê de Combate à Dengue espera reunir representantes de órgãos públicos, empresas, entidades de classe, clubes de serviço e voluntários. Na próxima segunda-feira, eles conversarão sobre o assunto e definirão as melhores formas de executar o mutirão.
Outra ideia debatida durante a reunião de ontem foi envolver os empresários de forma mais efetiva nas ações de combate ao Aedes aegypti. Funcionaria assim: patrões e empregados reservariam alguns minutos do dia para se dedicarem à limpeza da empresa e à eliminação de focos do mosquito.
Os integrantes do Comitê de Combate à Dengue também falaram sobre a implantação da chamada Sala de Situação, local em que uma equipe técnica se reunirá frequentemente para avaliar a situação de Paranavaí e estudar planos de ação. Ainda não há data prevista para o início das atividades.

Imóveis abandonados poderão ser confiscados pela Administração Municipal
O prefeito Rogério Lorenzetti determinou o cumprimento da lei que permite à Administração Municipal confiscar imóveis abandonados. Para determinar quais serão os alvos, o principal critério será a presença de criadouros do Aedes aegypti.
À Administração Municipal caberá tomar todos os cuidados por dois anos. Caso o proprietário não tome as devidas providências e pague as pendências, estará sujeito a perder o imóvel.
A decisão foi tomada ontem, durante reunião do Comitê Municipal de Mobilização e Combate à Dengue. Na ocasião, representantes de diferentes órgãos públicos, empresas, clubes de serviço e entidades de classe falaram sobre o avanço do Aedes aegypti em Paranavaí.
O diretor da Vigilância em Saúde de Paranavaí, Randal Fadel Filho, disse que a situação de Paranavaí em relação ao Aedes aegypti é de alerta total. Segundo ele, está difícil conter o avanço do mosquito que transmite dengue, zika e febre chikungunya.
O principal problema é a falta de engajamento dos moradores nas ações de combate ao Aedes aegypti. “Ainda há lixo descartado erroneamente em canteiros de avenidas, terrenos baldios (principalmente públicos) e vales ao redor da cidade”, disse Fadel Filho.
Chefe regional da Divisão de Vigilância em Saúde, Walter Sordi Junior ressaltou a dificuldade em registrar casos suspeitos das doenças transmitidas pelo mosquito. Muitas pessoas apresentam os sintomas, mas não buscam atendimento médico, o que reduz a possibilidade de fazer os chamados bloqueios.