Mais impostos e menos arrecadação

Rogério J. Lorenzetti*

Neste final de ano vemos notícias de vários aumentos de impostos por parte de municípios, estados e federação.

Aumentar alíquotas de impostos nem sempre é a melhor solução para ter mais recursos, pois tira das empresas e das pessoas físicas valores que poderiam gerar investimentos, consumo, empregos e consequentemente mais arrecadação pelo aumento da base de cálculo tributária.

Como venho da iniciativa privada, e toda a minha vida profissional foi de empreendedor e investidor, não acredito em melhorar a vida da população com mais tributos. É muito mais inteligente propiciar um bom ambiente de negócios, o qual vai se traduzir em uma maior arrecadação pelo incremento econômico e de consumo pelas famílias.

O inverso também é verdadeiro, mais impostos na forma de aumento de alíquotas, sufoca a atividade econômica retirando das pessoas e empresas recursos que estariam promovendo melhorias e estimulando o desenvolvimento.

Durante esta minha passagem pela administração pública, deixarei como legado o aumento significativo da arrecadação própria municipal, baseado principalmente no desenvolvimento da cidade, combate à sonegação e busca incessante da cobrança de inadimplentes produzindo justiça fiscal baseada na máxima que diz "quando todos pagam, podemos cobrar menos" e outra afirmação de um ex-secretário da Receita Federal que disse: "não queremos cobrar mais impostos novos, cobrar imposto velho é que é bom".

Promovemos justiça fiscal também na base de cálculo do IPTU, ao diminuirmos o valor para a maioria das áreas edificadas e aumentarmos valores pagos pelos terrenos vazios, estimulando construções e inibindo a especulação imobiliária que trouxe como resultado a diminuição dos vazios urbanos da cidade, na forma como recebi a mesma.

Ações inteligentes como esta e outras fizeram com que a cidade alcançasse patamares de desenvolvimento nunca vistos no seu passado recente. Crescimento que se refletiu também no aumento de tributos arrecadados. Esta verdadeira "roda da fortuna" beneficiou a todos, seja pelos investimentos que puderam ser feitos, valorização patrimonial, aumento da capacidade de endividamento do município que pôde ser usada para investimentos, em muitas áreas, especialmente a infraestrutura urbana.

Além de tudo isto, os paranavaienses viram seu patrimônio urbano se valorizar a níveis sem precedentes. Muitos negócios, por parte de investidores, locais e de fora deram liquidez ao mercado imobiliário.
Resumindo, todos ganhamos com este tempo de desenvolvimento e aumento da renda, com geração de empregos e valorização salarial.

O tempo de fazer "gentileza com chapéu alheio" já acabou, e os contribuintes eleitores vão cobrar, nas próximas eleições municipais, quem promove aumento de tributos ou gastos do dinheiro público de forma irresponsável.