Mandioca: escoamento rápido para evitar o escurecimento
O processo de escurecimento enzimático, que provoca a deterioração do produto, define o ritmo de escoamento da mandioca no Paraná. Para evitar transtornos e perdas, a raiz é comercializada praticamente de forma simultânea com a colheita, que ocorre a partir de oito meses até 24 meses (1º ou 2º ciclo), em função de cultivar, preço, necessidade de caixa, clima, entre outros aspectos. O período mais intenso de comercialização ocorre entre abril e agosto.
Para tornar a logística do produto eficiente, as indústrias (fecularias e farinheiras) estão localizadas próximas as principais regiões produtoras do Estado. O Noroeste responde por 60% da produção estadual, sendo Paranavaí a principal microrregião de cultivo. Na segunda colocação do ranking está o Oeste, com 12% da produção.
De acordo com estimativa do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), 72% da produção estadual são consumidas pelas indústrias, enquanto o restante é destinado ao consumo in natura. Do que vai para indústria, 80% são transformados em farinha, e o restante na forma de derivados como fécula, amidos modificados e tapioca.
Posteriormente, a farinha segue para as regiões Nordeste e Sudeste do país. Já a fécula abastece indústrias alimentícias e empacotadoras, frigoríficos e atacadistas. A exportação do produto é insignificante para a cadeia, pois representa menos de 1% da somatória dos derivados.
Em 2016 não houve exportação de raiz pelo Paraná e a quantidade de derivados totalizou 32 mil toneladas.
Em 2015, última informação disponível, a mandioca (industrial e de mesa) representou 1% do Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuário do Estado, ocupando o 17º lugar no ranking. O faturamento atingiu R$ 875 milhões, conforme dados da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab)
Essas e outras informações do escoamento da mandioca no Paraná fazem parte do estudo “Potencial de Escoamento da Produção Agropecuária Paranaense”, desenvolvido pelo Departamento Técnico Econômico (DTE) da FAEP.
O documento traz dados sobre produção e escoamento das principais cadeias do agronegócio estadual: soja, avicultura, bovinocultura de leite, cana-de-açúcar, batata, fertilizantes, milho, trigo, feijão, suinocultura, bovinocultura de corte, cultivos florestais e trigo. (da Revista Sistema Faep)