Manifestação em Paranavaí pede melhorias nos serviços públicos

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Diferentes gerações unidas por um mesmo objetivo. Diferentes pedidos, mas uma única preocupação. O Brasil precisa mudar.
Na manhã deste sábado centenas de pessoas foram para as ruas de Paranavaí mostrar que estão atentas à corrupção, ao mau uso do dinheiro público, ao descaso com a saúde, à falta de investimentos na melhoria da malha viária.
De acordo com a Polícia Militar, foram 1.100 manifestantes. Já os organizadores da passeata estimaram que o número foi superior a 1.500 pessoas.
Rostos pintados, faixas e cartazes levantados. Megafones, caixa de som, instrumentos de percussão. E vozes. Muitas vozes unidas, soltando o grito de milhares, milhões de brasileiros que pedem melhorias nos serviços públicos.
Eles saíram da Praça dos Pioneiros e seguiram pela Rua Getúlio Vargas até a frente da Prefeitura de Paranavaí. Lá, os manifestantes pediram reforma política, falaram sobre a necessidade de maior participação popular nas ações governamentais.
Os problemas locais tiveram destaque entre os pedidos dos manifestantes. Ruas e avenidas esburacadas, estrutura inadequada no Pronto Atendimento Municipal, falta de um neurocirurgião para atender pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
À frente da manifestação, alguns jovens puxavam o coro e chamavam moradores e empresários pelo caminho para se juntarem à passeata: “Da Copa eu abro mão. Nós queremos mais saúde e educação”, “Começou, não para”, “Vem pra rua”, “Ei, você parado, você também é explorado”.
Entre os comerciantes que assistiram à passeata, aprovação.
“É muito bom. A população tem que se manifestar mesmo. A gente espera que agora mude”, disse Sônia Romera.
“Paramos de reclamar e estamos agindo. É hora de exigirmos mudanças. Estou achando ótimo”, destacou Gisele Barbosa Martins.
Entre os manifestantes, o sentimento de estar exercendo a cidadania.
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“Estou lutando por um futuro melhor para meus filhos e mostrando que o povo tem voz”, orgulhou-se Alexandra Stocco, que levou Vitória, de 8 anos, e Vitor, de 6 anos, para a passeata. “O jovem está acordando e percebendo que tem força e garra”, completou.
“O governo está dando mais importância para a Copa do Mundo e esquecendo as escolas públicas. A situação está muito ruim”, reclamou a estudante Carol Mendonça dos Santos, 12 anos.
“Nosso pedido é por mais saúde, por mais rapidez no atendimento de especialidades”, disse Luiz Coelho de Almeida, diretor da Associação de Moradores da Zona Leste.
“Estamos lutando por um país melhor e para que os animais tenham seus direitos respeitados”, afirmou Ana Santos Souza, voluntária no Apra, grupo que apoia a posse responsável de animais.
“Participei do movimento contra o Collor”, relembrou o aposentado Edson Spigolon, referindo-se às manifestações que pediram o impeachment do então presidente Fernando Collor de Melo, em 1992. “Agora a garotada acordou. É assim que se faz a democracia, com as pessoas lutando por seus direitos”.
Entre os organizadores, duas certezas: a manifestação teve saldo positivo, mas ainda é preciso fazer mais.
“Se cada um fizer sua parte, vai fazer uma grande diferença na sociedade”, enfatizou Maycon Toshi Mendes da Silva Tanaka.
“Foi um movimento sem violência, apenas com reivindicações por uma educação mais justa, mais saúde, mais segurança”, avaliou João Neto Bracarense Costa. “Que a partir de agora, a população se envolva mais com a política de Paranavaí, acompanhando as sessões da Câmara de Vereadores, os conselhos municipais”.
Na opinião de Costa, os resultados de toda essa mobilização serão vistos quando as autoridades atenderem aos pedidos da sociedade. “Só vamos ver isso tudo se concretizando quando as mudanças acontecerem”.

Manifestação pacífica
Durante a manifestação realizada em Paranavaí na manhã de ontem não houve atos de vandalismo. Policiais civis e militares à paisana acompanharam a passeata para garantir a segurança de todos e evitar comportamentos violentos.
O superintendente da 8ª Subdivisão Policial de Paranavaí, André Eberli, avaliou como um ato “pacífico, legítimo e dentro da lei”. Segundo ele, três menores foram abordados por soltarem bombas durante a manifestação, mas não houve crime. Também não foram registradas prisões.
Temendo depredações, a administração municipal preferiu se precaver, reforçando janelas e portas de vidro com tapumes. Entre os manifestantes, a atitude não foi bem recebida, mas não houve qualquer tipo de retaliação. (RS)