Mano usa Twitter para falar sobre demissão

SÃO PAULO (Folhapress) – O técnico Mano Menezes, 50, usou a sua conta no Twitter para fazer os primeiros comentários sobre a sua demissão da seleção brasileira.
O treinador foi comunicado sobre a queda pelo diretor de seleções, Andres Sanchez, depois de uma reunião com José Maria Marin, presidente da CBF, e Marco Polo del Nero, vice da entidade, ontem.
"Como foi anunciado, não sou mais o técnico da seleção brasileira. Fica aqui o meu agradecimento a todos que trabalharam comigo nesse projeto em especial, aos jogadores convocados nesse período, e a todos aqueles que acreditaram no nosso trabalho", escreveu Mano.
"Desejo, desde já, sucesso à seleção brasileira na conquista do sonho maior da nossa torcida que é o título do hexacampeonato de 2014", acrescentou.
O último jogo de Mano no comando da seleção aconteceu quarta-feira, quando o Brasil perdeu por 2 a 1 para a Argentina no Superclássico das Américas, mas ficou com o título por ter vencido a decisão por pênaltis.
Mano dirigiu a seleção por 40 jogos. Ele obteve 27 vitórias, seis empates e sete derrotas -72% de aproveitamento. Perdeu três jogos para a Argentina, dois para o México, um para a França e outra para a Alemanha. Ao todo, 102 jogadores foram convocados pelo treinador.
Mano fracassou em duas competições oficiais: foi eliminado nas quartas de final da Copa América, em 2011, e ficou com a medalha de prata na Olimpíada de Londres-2012.
CONTRARIADO – O diretor de seleções da CBF, Andres Sanchez, afirmou que a decisão de demitir Mano Menezes foi tomada pelo presidente da entidade, José Maria Marin.
Ele deixou claro que defendia a decisão de manter Mano Menezes e que foi contrário à decisão. Segundo Sanchez, a "quebra do trabalho não foi em um momento correto".
"Fui voto vencido, mas tem que respeitar a hierarquia", afirmou o dirigente momentos depois da demissão de Mano. "Ele [Marin] está sendo corajoso, ousado, está vendo futebol bastante", completou o diretor de seleções em entrevista na sede da FPF (Federação Paulista de Futebol).
"Mano fez um bom trabalho e vinha em ascensão. Teve momentos difíceis, mas, na minha avaliação, fazia bom trabalho. A seleção não é só convocação. É tudo: logística, planejamento, viagem etc. O presidente [Marin] entendeu que é preciso uma nova metodologia e que era preciso mudar", disse Sanchez.
"O método de trabalho e de planejamento agora tem que ser diferente", acrescentou Sanchez.
O dirigente afirmou ainda que o novo técnico da seleção será definido nos primeiros dias de janeiro, mas que há sete nomes em estudo. Ele não citou nenhum, mas se mostrou contrário à contratação de um estrangeiro.