Marinha argentina diz que submarino sofreu implosão
BUENOS AIRES – O submarino argentino ARA San Juan foi encontrado um ano e um dia após ter desaparecido, no Atlântico Sul, com 44 pessoas a bordo.
Os restos da embarcação foram achados por uma empresa privada norte-americana na sexta-feira (16), mas o Ministério da Defesa da Argentina só confirmou a notícia na madrugada deste sábado (17), depois de informar os parentes dos tripulantes.
Na quinta-feira (15), as famílias dos 44 desaparecidos realizaram um ato para marcar o primeiro aniversário do naufrágio e cobrar respostas das autoridades.
“Quanto lamento que nada que se diga possa acalmar a dor dos familiares e amigos aqui presentes”, afirmou o presidente da Argentina, Mauricio Macri, ao prometer continuar as buscas.
“Não temos equipamento para descer a essa profundidade, nem temos equipamento para extrair um navio dessas características”, disse a jornalista na tarde deste sábado o ministro da defesa argentino Oscar Aguad sobre o submarino encontrado.
Aguad também disse que uma eventual retirada do ARA (Armada da República Argentina) San Juan também depende de autorizações judiciais. Retirar os “escombros” violaria as possibilidades de realizar perícia para determinar as causas do acidente.
Minutos antes, o chefe da Base Naval de Mar del Plata, Gabriel González, disse a jornalistas que “o submarino sofreu uma implosão”.
Os escombros estão espalhados por uma área de 100 a 80 metros, o que sugere que houve uma implosão já no fundo do mar”, disse Enrique Balbi, porta-voz da Marinha Argentina.
Ainda não há detalhes sobre as circunstâncias do incidente. Também não se falou ainda sobre uma possível operação de resgate.
Segundo a imprensa local, familiares já viram três imagens captadas pela empresa norte-americana contratada pela Argentina para buscar o submarino. Foram apresentadas fotos de partes como hélice e proa do submarino que mostram danos na estrutura da embarcação.
O ARA San Juan desapareceu durante uma viagem de Ushuaia, no extremo sul do país, ao balneário de Mar del Plata, a 300 quilômetros da capital, Buenos Aires. O último contato da tripulação foi feito no dia 15 de novembro do ano passado.
Uma megaoperação internacional, que contou também com a participação do Brasil, foi montada para procurar o submarino. Duas semanas depois, a Marinha anunciou que já não havia esperanças de encontrar sobreviventes.
O governo argentino contratou a Ocean Infinity para continuar as buscas, que começaram em setembro. Durante dois meses, 40 tripulantes, a bordo do navio Seabed Constructor, rastrearam o fundo do mar. O submarino foi encontrado horas antes da empresa suspender a operação.
Muitos parentes dos tripulantes do ARA San Juan receberam a notícia em Mar del Plata, onde tinham participado do ato que marcou o primeiro ano para lembrar o primeiro ano do desaparecimento do submarino.