“Mas quem é este Jesus? Quem é este homem…” MC 5,35-41
Em Marcos, a vida de Jesus se desenrola, essencialmente, na Galileia. E na Galileia há um lago, o lago de Tiberíades. No tempo de Jesus, o lago era fronteira: há um lado dos judeus e o lado dos pagãos. A margem dos judeus é a do Povo eleito, da Lei, da circuncisão, do sábado. Isso marca a vida dos judeus, sua vida humana e sua vida religiosa, instalando-os numa certa boa consciência. Do outro lado, fica a margem dos pagãos, do pecado, onde não é preciso ir. Não é bem conhecida dos judeus, e o pouco que conhecem é na forma de risco. A única saída para os que estão lá é converter-se, passar à “outra margem”, tornarem-se judeus. Essas duas margens estão separadas pelo mar, pelo lago. O mar é, antes de mais nada, uma criação de Deus. O Criador tem poder sobre o mar (cf. a passagem do Mar Vermelho). Quando Jesus faz calar o mar é porque é Deus, o Filho de Deus. Mesmo sendo uma criação de Deus, no imaginário dos homens da Bíblia o mar amedronta pela sua força destruidora. É um pouco sinônimo do mal, (as forças do mal, do caos) do perigo.
Quando o mar se agita, de repente, o que se passa no coração dos discípulos? Eles estão ainda naquela fase em que se perguntam: “MAS QUEM É ESTE JESUS?”. Estão cheios de dúvidas e interrogações a respeito de Jesus. Também nós não compreendemos muito bem quem é Jesus.
Os discípulos conhecem o lago e as tempestades, já viram muitas. Não é isso que os encuca. O que lhes surpreende é que, no meio da tempestade, Jesus dorme. Não é a tempestade, mas a atitude de Jesus que os surpreende: “Mestre, não te importa que nós morramos?” Que Aquele que tem poder sobre o mar durma, numa hora daquelas, é demais! Deus dorme, não se importa com que nós pereçamos. Isso é mais duro do que a tempestade. É uma tempestade interior. Acalmada a tempestade, os discípulos ficaram cheios de medo e diziam uns aos outros: “Quem é este homem, a quem até o vento e o mar obedecem?”.
“Passemos para a outra margem”. Como fazer ecoar esta frase de Cristo nas nossas vidas? Um primeiro sentido que podemos dar a essa frase é “PASSAR PARA A MARGEM DOS OUTROS”. Deslocar-me em direção a eles, compreendê-los, não mais a partir da minha margem, mas a partir da margem do outro, (de sua realidade) da sua sensibilidade. Fazer-me próximo do outro, a exemplo daquele que é o Emanuel, Deus-conosco. Se você quer passar para a outra margem, não se preocupe demais com as turbulências da viagem. Lembre que você vai com Alguém que faz a viagem com você.
Marcos apresenta-nos uma reflexão sobre a comunidade dos discípulos em marcha pela história, mas escreve numa época em que a Igreja de Jesus enfrenta sérias “tempestades” (perseguição de Nero, problemas internos causados pela diferença de perspectivas entre judeu-cristãos e pagão-cristãos, dificuldades sentidas pelas comunidades em encontrar o Caminho para o futuro…) e pretende dar sugestões aos crentes acerca do caminho a seguir.
A “TEMPESTADE” (V. 37) significa as dificuldades que o mundo opõe à missão dos discípulos. É provável que Marcos estivesse a pensar numa tempestade concreta, talvez a perseguição de Nero aos cristãos de Roma durante a qual foram mortos Pedro e Paulo, bem como muitos cristãos (anos 64-68), mas a “tempestade” se refere também a todos os momentos de crise, de perseguição, de hostilidade que os discípulos terão que enfrentar ao longo do seu caminho histórico, até ao fim dos tempos.
A outra margem para Deus é a margem do homem. Deus, Pai, Filho e Espírito, no seu imenso amor, disseram um dia: “PASSEMOS PARA OUTRA MARGEM”. Passemos para a margem dos homens e, então, poderemos compreender o homem a partir do homem… E o Filho se fez Homem! Que passagem! Entrar no tempo, nos limites de lugar, conhecimento, palavra… Assumir os limites humanos, para que tendo compreendido o homem a partir do homem – arrastar os homens para a margem de Deus. Para qual “MARGEM” você é chamado a passar?
Quando o mar se agita, de repente, o que se passa no coração dos discípulos? Eles estão ainda naquela fase em que se perguntam: “MAS QUEM É ESTE JESUS?”. Estão cheios de dúvidas e interrogações a respeito de Jesus. Também nós não compreendemos muito bem quem é Jesus.
Os discípulos conhecem o lago e as tempestades, já viram muitas. Não é isso que os encuca. O que lhes surpreende é que, no meio da tempestade, Jesus dorme. Não é a tempestade, mas a atitude de Jesus que os surpreende: “Mestre, não te importa que nós morramos?” Que Aquele que tem poder sobre o mar durma, numa hora daquelas, é demais! Deus dorme, não se importa com que nós pereçamos. Isso é mais duro do que a tempestade. É uma tempestade interior. Acalmada a tempestade, os discípulos ficaram cheios de medo e diziam uns aos outros: “Quem é este homem, a quem até o vento e o mar obedecem?”.
“Passemos para a outra margem”. Como fazer ecoar esta frase de Cristo nas nossas vidas? Um primeiro sentido que podemos dar a essa frase é “PASSAR PARA A MARGEM DOS OUTROS”. Deslocar-me em direção a eles, compreendê-los, não mais a partir da minha margem, mas a partir da margem do outro, (de sua realidade) da sua sensibilidade. Fazer-me próximo do outro, a exemplo daquele que é o Emanuel, Deus-conosco. Se você quer passar para a outra margem, não se preocupe demais com as turbulências da viagem. Lembre que você vai com Alguém que faz a viagem com você.
Marcos apresenta-nos uma reflexão sobre a comunidade dos discípulos em marcha pela história, mas escreve numa época em que a Igreja de Jesus enfrenta sérias “tempestades” (perseguição de Nero, problemas internos causados pela diferença de perspectivas entre judeu-cristãos e pagão-cristãos, dificuldades sentidas pelas comunidades em encontrar o Caminho para o futuro…) e pretende dar sugestões aos crentes acerca do caminho a seguir.
A “TEMPESTADE” (V. 37) significa as dificuldades que o mundo opõe à missão dos discípulos. É provável que Marcos estivesse a pensar numa tempestade concreta, talvez a perseguição de Nero aos cristãos de Roma durante a qual foram mortos Pedro e Paulo, bem como muitos cristãos (anos 64-68), mas a “tempestade” se refere também a todos os momentos de crise, de perseguição, de hostilidade que os discípulos terão que enfrentar ao longo do seu caminho histórico, até ao fim dos tempos.
A outra margem para Deus é a margem do homem. Deus, Pai, Filho e Espírito, no seu imenso amor, disseram um dia: “PASSEMOS PARA OUTRA MARGEM”. Passemos para a margem dos homens e, então, poderemos compreender o homem a partir do homem… E o Filho se fez Homem! Que passagem! Entrar no tempo, nos limites de lugar, conhecimento, palavra… Assumir os limites humanos, para que tendo compreendido o homem a partir do homem – arrastar os homens para a margem de Deus. Para qual “MARGEM” você é chamado a passar?
Frei Filomeno dos Santos O.Carm.