Meninas e bonecas falando palavrões
O jornal “O Globo” (24-10-14) e o site da UOL (23-11-14) noticiam a disseminação de um vídeo que apresenta meninas com idades entre 6 e 13 anos, vestidas como princesas, proferindo os piores palavrões.
O clipe é uma campanha de um site ativista de Ohio, nos Estados Unidos, que pretende usar o linguajar chulo das meninas para chamar atenção para a causa feminista.
Ele traz ainda um menino de 12 anos com vestido cor de rosa e manifestando-se contra o “sexismo”: “Quando você diz a meninos para não agirem como meninas, é porque você acha que ser uma menina é algo ruim”, prega o menino.
Muitos internautas se sentiram ultrajados com a linguagem utilizada pelas crianças nas referidas cenas, tendo alguns acusado seus pais de “abuso infantil”.
Ainda nos Estados Unidos, uma rede de lojas especializada em brinquedos pôs à venda, a poucas semanas do Natal, bonecas que falam palavrões quando apertadas. Apesar das reclamações, a rede não quer retirar essas bonecas de circulação.
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Tudo isso parece servir a um objetivo.
Se a criança, ao abrir os olhos para este mundo, recebe uma formação reta e inocente, por mais tênue que esta seja, isto se refletirá depois durante toda a sua vida. Ainda que, mais tarde, por uma perversão, ela venha a entregar-se a todas as infâmias morais, aquela primeira luz de inocência que ela conheceu permanece na alma sob a forma de um remorso, de uma consciência pesada, ou mesmo de uma saudade, que podem impedi-la de dar os últimos passos em direção ao precipício moral, ou ainda – e há casos nessa direção – de produzir em certo momento uma conversão salvadora, como a do filho pródigo do Evangelho.
Por isso, a onda de imoralidade e pornografia tem o maior empenho em atingir as crianças logo nos seus primeiros balbucios, a fim de poluir as águas puras da inocência com sua baba fétida e imunda, e evitar assim qualquer veleidade futura de perseverança no bem, ou de conversão, ou mesmo da prática de um mal menos radical.
Filmetes como esse a que aludimos, ou bonecas que falam palavrões, atuam decididamente nessa direção.
*Gregorio Vivanco Lopes é advogado e colaborador da ABIM