Menor oferta eleva preços das carnes bovina, suína e de frango

SÃO PAULO – Os preços das carnes bovina, suína e de frango comercializadas no atacado da Grande São Paulo acumulam fortes altas neste segundo semestre, de acordo com levantamento diário do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP.
O aumento mais expressivo na cotação, de 33%, foi para a carcaça comum suína, com o quilo do produto passando de R$ 4,15 no dia 28 de junho para R$ 5,96 nessa quarta-feira, 9 de outubro.
Na sequência, ficou o frango resfriado, com valorização de 23% no período, saindo de R$ 2,95/kg para R$ 3,85/kg.
Quanto à carcaça casada de boi, o aumento no preço foi de 11,5% na mesma comparação, com cotação média de R$ 7,19/kg nessa quarta, ante os R$ 6,35/kg do encerramento de junho.
Segundo pesquisadores do Cepea, para as três carnes, o impulso vem principalmente da oferta restrita de animais para abate. Do lado da demanda, o consumo doméstico tem se mantido relativamente firme também ao longo dos últimos meses, conforme apurou o Cepea. Quanto às exportações, seguem firmes para a carne bovina, mas abaixo das expectativas para as carnes de frango e suína.
A média da carcaça comum suína nessa quarta-feira, inclusive, bateu recorde nominal, considerando-se toda a série histórica do Cepea para este produto, iniciada em 2004.
O frango resfriado atingiu o maior patamar nominal, de R$ 4,17/kg, em 25 de setembro deste ano. Já em relação à carcaça casada bovina, a média do dia 2 de outubro encostou no preço máximo, em termos nominais, da série Cepea, que começou em 2001 para este produto – no dia 10 de novembro de 2010, o valor foi de R$ 7,36/kg.
Pesquisadores do Cepea relatam que, para o mercado de boi, a entrada menos expressiva de lotes de confinamento em um período em que praticamente não se observa a engorda do animal em pastagens, por conta do clima, vem reforçando o menor volume ofertado por pecuaristas neste segundo semestre e, consequentemente, a retração da disponibilidade de carne no atacado.