Mercado imobiliário registra retração significativa em Paranavaí
O segundo semestre de 2017 começou com uma marca bastante preocupante para o mercado imobiliário: as vendas em Paranavaí já são 40% menores do que nos três primeiros meses do ano.
Foi o que afirmou o delegado distrital do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Paraná (Creci-PR) de Paranavaí, Aldacir Araújo Chaves, proprietário de uma imobiliária da cidade. “O mercado está desacelerado”, disse.
Uma das dificuldades está nas restrições às linhas de financiamento. Segundo Chaves, as exigências para a liberação de crédito pela Caixa Econômica Federal estão maiores, principalmente para valores acima de R$ 300 mil.
A retração econômica em nível nacional é outro fator que precisa ser considerado. Somente na imobiliária de Chaves, foram registradas 40 devoluções de terrenos nos últimos dois meses. “São famílias sem condições de manter o financiamento”.
O delegado distrital do Creci-PR contou que existem condomínios residenciais com casas prontas há mais de um ano, mas não são vendidas. “Temos imóveis, mas não temos compradores”. Em 2014 e 2015, Chaves chegou a comercializar quase 40 imóveis por mês. Atualmente, a média é menor do que dez.
Diante desse cenário de encolhimento do mercado, Chaves tem buscado alternativas. A redução de preços é uma das maneiras de chamar a atenção dos compradores. Ele citou o caso de um imóvel de R$ 1 milhão que passou a custar R$ 750 mil.
LOCAÇÕES – Quem tem imóveis para locação também precisou se adaptar às novas condições do mercado. “Temos visto muitas negociações de valores”, afirmou o corretor de imóveis Givanildo Gonçalves Bonfim, proprietário de outra imobiliária de Paranavaí.
A avaliação dele é que os proprietários precisam estar abertos para conversar sobre propostas, caso contrário, correm o risco de ficar com o imóvel fechado, por falta de inquilinos. De maneira geral, disse Bonfim, os negócios só têm sido efetivados nessas condições.
Segundo ele, a procura por casas e apartamentos para alugar tem sido estável nos últimos meses. A preferência é por imóveis com dois quartos, sala, cozinha, banheiro e quintal pequeno, que custem aproximadamente R$ 600.
Bonfim destacou que o país enfrenta um momento de alto índice de desemprego, por isso, é preciso ter cautela e aproveitar as oportunidades. Na opinião dele, a situação deverá melhorar a partir de 2018. Até lá, “precisamos de ajustes econômicos que tenham efeitos positivos”.