Mesmo com confissão de dois detentos, crime no presídio ainda não está esclarecido

Dois colegas de cela assumiram a autoria dos assassinatos de João Carlos Viana dos Santos, de 26 anos, e de William Ribeiro dos Santos, de 20 anos. Eles foram encontrados mortos na cadeia pública de Paranavaí na noite de 24 de agosto. Estavam com lençóis no pescoço e pendurados na grade, tentando parecer suicídio. Mesmo com a confissão de dois detentos, os crimes não estão, necessariamente, esclarecidos.
Ocorre que esses homens, que se dizem autores das mortes, podem estar distorcendo a verdade, pressionados por outros detentos, “assumindo a bronca”, como se diz na rotina policial. Além das vítimas, outras nove pessoas dividiam a mesma cela.
Todos os detentos foram ouvidos na fase inicial do inquérito. Uma das questões levantadas é saber se houve ordem de execução partindo de fora do presídio. Em caso positivo, um dos pontos é identificar de onde partiu e como chegou até os presos, bem como quem de fato cumpriu a “sentença”.
O laudo do IML (Instituto Médico Legal) deve esclarecer as circunstâncias e a forma usada para matar as vítimas.
O delegado operacional da 8ª Subdivisão Policial de Paranavaí, Vagner dos Santos Malaquias, informou ao Diário do Noroeste que ainda é prematuro relacionar os assassinatos a um conflito entre facções criminosas ou de retaliação por negativa em fazer parte de tais organizações.
Em Paranavaí existe a informação de que há integrantes de pelo menos uma facção criminosa, aparentemente, um grupo pequeno.
Externamente, o primeiro semestre foi marcado por muita violência entre grupos rivais, especialmente na região da Vila Operária. Mas, não se caracteriza briga de facção e sim uma disputa envolvendo rixas e o tráfico de drogas.