Mesmo com preços estáveis, consumo de carne bovina diminui

Já faz alguns meses que o preço da carne bovina não sobe em açougues e mercados de Paranavaí. Não significa, no entanto, que o consumo tenha aumentado. Ao contrário, as dificuldades financeiras que o país enfrenta estão motivando mudanças nos hábitos alimentares: as pessoas estão comprando menos carne bovina.
No estabelecimento de José Ricardo da Silva, a queda chegou a 30%. “A procura está mais devagar”, afirmou. Segundo ele, alguns clientes têm optado pelas carnes de porco e frango, que custam menos que a bovina. Mesmo assim, quando o assunto é carne vermelha, os cortes considerados nobres ainda são os preferidos.
Para se ter uma ideia, o quilo da picanha custa R$ 36. O da alcatra, R$ 24,50. “E são os mais vendidos”, garantiu Silva. É que a carne de primeira é mais prática para o dia a dia e combina com o churrasco do final de semana. Carnes consideradas de segunda são mais utilizadas para pratos cozidos.
A empresária Rita de Cássia Marciano Harada também percebeu diferença nos hábitos de consumo dos clientes. Ela calculou uma redução de aproximadamente 20% nas vendas de carne bovina, creditando a redução à crise. “Não tem a ver necessariamente com os preços”, afirmou.
Rita explicou que inicialmente os clientes dela substituíram a carne vermelha pelo frango, mas até o preço da ave subiu recentemente, o que fez muitos consumidores voltarem. “A carne bovina é mais aceita”. De acordo com a empresária, há um mês houve pequena elevação nos preços, mas não foi repassada para os clientes.