Meu “bico”, minha vida!

Ayrton Baptista*

Político vive de mandatos ou de cargos de nomeação. Assim sempre foi e deve continuar. Por isso, as informações são de que PT e PMDB do Paraná trabalham para que os que sobraram em 2014 alcancem posições honrosas na República ou por aqui mesmo.
O deputado João Arruda luta pela proteção do Governo Federal àqueles que, antigos integrantes de bancada do Paraná ou paranaenses tidos como ilustres mas momentaneamente reprovados em testes eleitorais, conquistem funções para tocar a vida.
Como Itaipu é Itaipu, a nossa principal usina está sendo indicada para receber um apreciável número de políticos derrotados nas últimas ou mais antigas eleições. Arruda, sobrinho do ex-governador Roberto Requião e simpático á senadora Gleisi Hoffmann, teria nessa sua missão, a colaboração preciosa dos dois senadores paranaenses. Fora Álvaro Dias, que joga em outro time.
São citados em reportagens da área ex-deputados e líderes como Maurício Requião, já conselheiro da Usina, André Zacharow, Natálio Stica, que anda por aí em funções públicas menores, mas anda, Ângelo Vanhoni, sempre listado para funções sobremodo na área da educação.
Há quem fale no ex-ministro Paulo Bernardo. Requião tem uma velha pendência política com o marido da senadora Gleisi, o que torna difícil seja o nome deste endossado pelo ex-governador do PMDB.
Em todo caso, como em política não se deve duvidar do hoje e do amanhã o passado pode ficar para um segundo plano. É um esforço para recolocar nomes conhecidos em funções importantes ou medianas. Se as urnas rejeitam, por que não substituí-las pelo jeitinho brasileiro? A conferir.
QUEM DÁ MAIS – Aprovada pela Câmara Federal, baila por Brasília uma outra janela. Imitando o futebol, que permite aos jogadores uma ida para o exterior e troca de times, os deputados estão aprovando a “Janela da Infidelidade”.
Por ela, em 30 dias, os parlamentares poderão abrigar-se em outros partidos que não o atual sem perder o mandato. Isso é tudo o que faltava para acabar com os partidos, até então os fiéis da balança na política brasileira.
Ora, quem tinha mandato não poderia deixar o partido que o elegeu. Tratava-se de fortalecer a agremiação pela qual o candidato obteve o seu mandato. O Supremo Tribunal Federal até sacramentou esse princípio ao decidir que o mandato pertence ao Partido e não ai eleito.
Assim, alguns foram para casa, outros desistiram da traição. Agora, com toda a força ressurge a trama. Não importa que a própria Câmara Federal tenha tornado inteiramente legal a decisão do Supremo quanto à fidelidade ao partido.
Temos, é evidente, muitos partidos. A Câmara Federal tem uma imensidão de legendas que recebem o tratamento devido em plenário e fora dele, nos gabinetes, nas verbas, nas viagens e em tudo que diga respeito ao mandato parlamentar.
São, agremiações sem eira nem beira, que nada representam, que nada oferecem. Que se aproveitam do fundo partidário e que enervam telespectadores e ouvintes com suas aparições e promessas descaídas.
Ora, mais correto seria o rigor quanto à constituição dos partidos, a observância aos ditames políticos – partidários. Chega de empulhação. E embora os partidos sejam nacionais, o Paraná poderia muito bem dar o exemplo e banir, pelo voto, os políticos que só querem se aproveitar de legendas e em legendas que nada dizem.