Milícia radical justifica escravização de mulheres

SÃO PAULO – A milícia radical Estado Islâmico (EI) defendeu a escravização de mulheres da minoria yazidi, capturadas após a tomada de controle de aldeias no norte do Iraque, como o renascimento de um antigo costume religioso de sequestrar mulheres e crianças como espólios de guerra.
Em um artigo na sua revista "Dabiq", publicada em inglês, a facção divulga o que chama de justificativa religiosa para a escravização de "idólatras" – aqueles que não seguem a religião islâmica.
"Depois da captura, as mulheres e crianças yazidi foram divididas de acordo com a sharia [lei islâmica] entre os combatentes do Estado Islâmico que participaram nas operações de Sinjar", diz o artigo da revista do EI.
O texto confirma as denúncias da ONG Human Rights Watch de que mulheres e meninas yazidi foram forçadas a se casar com combatentes da milícia e levadas do Iraque à Síria para serem vendidas como prêmios.
Rewshe, 15, foi uma das garotas yazidi sequestradas pela facção. Ela escapou do cativeiro e disse à Human Rights Watch que um comandante do EI a vendeu a um combatente por US$ 1.000. Ela fugiu por uma porta destrancada enquanto o homem dormia.