Minipresídio de Paranavaí completa 16 meses sem fuga

No dia 1º de maio o minipresídio de Paranavaí completou 16 meses sem registro de fugas. Nesse período, diversas tentativas foram frustradas pela gestão compartilhada que envolve ações de agentes penitenciários (guarda interna), da Polícia Civil (administração e apoio nas escoltas) e Polícia Militar (guarda externa e apoio nas escoltas).
De acordo com Jean Carlo Machado Magalhães, responsável pela equipe da Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (Sejus), a última fuga de presos aconteceu no início do mês de setembro de 2012.
De lá para cá foram instaladas chapas de aço nas lajes e no piso do entorno das celas. Também houve aquisição de detectores de metais para revista das pessoas que entram no local. Recentemente foi instalada uma tela no solário. Visa evitar fugas e também que materiais sejam jogados de fora para dentro.
#IMG02ROTINA – A implantação de uma rotina nas ações dos detentos ajudou a prevenir as fugas. Na opinião de Magalhães as vistorias diárias nas celas e as ações do Poder Judiciário ajudaram a humanizar o local.
“O minipresídio passou por uma série de melhorias no setor de segurança. Porém a questão humana não foi deixada de lado. Foram implantadas algumas rotinas que dificultam a execução dos planos de fuga. Mesmo assim, vivemos em constante estado de alerta”, afirmou Magalhães.
NOVA REALIDADE – Atualmente o minipresídio tem 31 agentes penitenciários e agentes de cadeia. Antes da gestão compartilhada o local era cuidado por apenas três policiais civis e dois auxiliares, além de policiais militares que faziam a guarda externa.
Hoje os detentos têm a opção de ter remissão de pena ao fazerem trabalhos artesanais. Os valores arrecadados na venda deste material são revertidos para melhorias internas e para a manutenção da família dos detentos.
Uma detenta explicou que o benefício de remissão de pena é um dos motivos para a fabricação de artesanato. Porém, destacou que a maior vantagem é manter-se ocupada e se sentir útil. “Quando estou fazendo tapetes eu nem vejo a hora passar. Isso serve como uma terapia e diminui a tensão de estar nesse local”, comentou a mulher.
NÚMEROS – Na tarde da última sexta-feira o minipresídio tinha uma população carcerária de 220 pessoas (200 homens e 20 mulheres). A estrutura construída nos anos 80 foi feita para abrigar 96 pessoas.
Quando da inauguração o minipresídio seria usado para que os presos aguardassem seus julgamentos. Depois de condenados, deveriam ser transferidos para unidades prisionais para cumprir as penas. Porém, hoje a realidade é outra. Estatisticamente 50% dos presos que estão no local já foram julgados e condenados. Portanto, deveriam estar em uma unidade do sistema prisional.