Ministério vai integrar informações sobre oferta de medicamentos em todo o país

BRASÍLIA (ABR) – O Ministério da Saúde começará hoje a integrar em todo o país as informações de oferta de medicamentos.
Com isso, será possível saber, em estados e municípios, qual é o consumo em cada localidade e quantos são os medicamentos que estão próximos à data de vencimento, para que sejam devidamente aproveitados. As informações serão concentradas na Base Nacional de Dados da Assistência Farmacêutica.
A partir da disponibilização do novo sistema, nesta quarta-feira, estados e municípios terão 90 dias para começar a transmitir os dados. Caso o prazo não seja respeitado e não haja nenhuma justificativa, os entes poderão ter suspensos temporariamente os recursos da assistência farmacêutica repassados pelo Ministério da Saúde para compra de medicamentos.
Além do estoque, entrada, saída e dispensação de medicamentos, poderão ser monitoradas em tempo real informações do paciente e das unidades de saúde. O sistema será capaz de calcular possíveis perdas, sugerir remanejamento de produtos e indicar o quantitativo que deve ser comprado para atender às necessidades do estado ou município.
A base já foi testada no Distrito Federal, em Alagoas, no Tocantins e no Rio Grande do Norte, onde foi possível evitar desperdício de até 30% dos fármacos entregues, o equivalente a R$ 20 milhões no terceiro trimestre de 2017.
Segundo estimativa do Ministério da Saúde, caso a experiência seja replicada em todo o país, mais R$ 1,5 bilhão serão revertidos em medicamentos para a população.
“[O sistema servirá] para que todos enviem os seus dados de compra de medicamentos com recursos próprios ou do Ministério para que possamos ter controle de toda a assistência farmacêutica do Brasil, evitar que medicamentos vençam na prateleira, evitar que medicamentos sejam desperdiçados e fazer o remanejamento de medicamentos que eventualmente estejam sobrando em um determinado estado ou município para outro, de modo que haja melhor aproveitamento”, disse o ministro da Saúde, Ricardo Barros.
INTEGRAÇÃO – O Ministério da Saúde já capta dados atualmente pelo chamado Sistema Hórus. Esse sistema, no entanto, é usado apenas por 15 estados, que representam 20% da demanda de medicamentos do país.
Os demais, ou seja, aqueles que concentram 80% da demanda, passam as informações à pasta por telefone ou planilha.
A pasta verificou que, entre aqueles que não utilizam o Hórus, muitos têm sistemas próprios. A base nacional, por meio do chamado Web Service, será capaz de integrar todos esses sistemas e ler todos os dados. A tecnologia foi pactuada no início do ano na comissão tripartite que reúne representantes dos estados, municípios e do Ministério da Saúde.