Ministro critica projeção de 15 pódios

Após investimentos públicos de quase R$ 1 bilhão nos últimos quatro anos na preparação da equipe brasileira, o ministro Aldo Rebelo (Esporte) considerou modesta a estimativa de 15 medalhas feita pelo COB (Comitê Olímpico Brasileiro) para o país na Olimpíada de Londres.
Para Rebelo, o investimento justifica o Brasil planejar voos maiores: 20 medalhas.
"O COB faz uma projeção de 15 medalhas. É uma projeção compatível com o nosso desempenho na Olimpíada de Pequim, mas creio que, com os investimentos públicos que foram aportados no esporte de alto rendimento e na infraestrutura ao longo dos últimos quatro anos, nós podemos sonhar com 20 medalhas", disse o ministro.
Não é a primeira vez que Rebelo critica o COB. Na semana passada, o ministro disse que o governo iria usar as "brechas" para democratizar as entidades esportivas, já que "não faz sentido a perpetuação de dirigentes". Carlos Arthur Nuzman comanda a entidade há 17 anos.
Desde 2008, o COB recebeu de dinheiro público, por verbas da loteria, mais de R$ 421 milhões. A média anual foi de R$ 140 milhões, contra R$ 89 milhões em 2007 e 2008.
Houve também os investimentos feitos pelo próprio ministério, que incluem convênios (R$ 200 milhões), renúncia fiscal (R$ 433 milhões) e gastos diretos (R$ 333 milhões), que chegam quase à casa de R$ 1 bilhão.
Isso sem contar os patrocínios estatais para confederações e atletas. Na comitiva brasileira de 258 competidores em Londres, cerca de 40% recebem bolsa-atleta.
"Não há questão matemática de recursos e número de medalhas. Temos que ver o que os outros investem e a melhoria de todos", disse.