Ministro da Justiça critica violência, mas diz que toda ação provoca reação

BRASÍLIA – Questionado sobre eventuais iniciativas de incitação ao confronto por parte de setores que apoiam o governo, o ministro da Justiça, Eugênio Aragão, disse que "toda ação corresponde a uma reação", mas que é necessário evitar manifestações que tenham esse objetivo.
Aragão comentou o assunto num evento, nesta terça-feira (5), em Brasília, onde foi apresentado parte do esquema de segurança do revezamento da tocha dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.
"Esse tipo de discurso (de incitação à violência) não é produtivo. Agora, claro que existem pessoas acuadas e outras que estão acuando[…]. Aí prevalece a Lei de Newton: toda ação corresponde a uma reação em igual intensidade e sentido oposto, mas nós temos que evitar isso[…] Não é produtivo[…]", ponderou o ministro.
Aragão afirmou, porém, que está em curso uma tentativa de golpe no país contra a presidente Dilma Rousseff e, por isso, é compreensível o inconformismo de quem foi beneficiado pelas políticas públicas do governo petistas.
"Reação de quem está acuado é realmente uma reação que está em intensidade proporcional[…] A manifestação de absoluta rejeição a qualquer tipo de afastamento através de golpe, mesmo que com aparência de constitucionalidade, me parece um movimento legítimo", ponderou o ministro.
TOCHA – Aragão também falou sobre os preparativos do Brasil para receber o revezamento que levará a tocha olímpica ao Rio e para os Jogos, propriamente ditos.
"Esse trabalho (de segurança) vem sendo feito de forma extremamente profissional, integrado. Trabalho que tem tudo para ser bem sucedido. E será, se a gente não o notar. Estamos vivendo novos riscos, tanto internos quanto riscos da situação mundial", analisou, sem citá-los.
Já o secretário Extraordinário de Segurança para Grandes Eventos, Andrei Rodrigues, adiantou que grande parte da preparação já está concluída, mas evitou elencar quais são consideradas as maiores ameaças ao evento.
"Para cada risco mapeado, nós temos uma contramedida, já definida no plano estratégico. Estamos na fase operacional. Fizemos 30 eventos-teste e temos mais uns 20 até os Jogos, afirmou Rodrigues.
A tocha chegará em Brasília no dia 3 de maio. Passará na mão de 12 mil pessoas, escolhidas para participar do revezamento nas 27 capitais do país, até ser entregue no Rio, em 5 de agosto.