Ministro defende “política de estado de proteção ao jornalista”
Cardozo se reuniu com representantes da ANJ (Associação Nacional dos Jornais), Abert (Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e TV) e Aner (Associação Nacional de Editores de Revistas), que entregaram ao ministro um relatório com casos de violência contra jornalistas e profissionais dos veículos de comunicação.
"Decidimos criar um grupo de trabalho que reunirá não só empresários da área de comunicação, como também representantes dos próprios jornalistas, do Ministério da Justiça, especialistas em segurança publica, para discutirmos uma política de estado de proteção ao jornalista", disse Cardozo, em coletiva de imprensa após a reunião.
O grupo já deve se reunir na próxima terça-feira para "discutirmos medidas que podem ser tomadas para proteção do jornalista", segundo o ministro. Também haverá contribuições da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).
Cardozo afirmou que a ideia é chegar a um consenso sobre medidas que já possam ser implantadas rapidamente para estarem valendo durante a Copa.
Além disso, na próxima quinta-feira, Cardozo disse que irá participar de uma reunião com secretários de Segurança dos Estados, a ser realizada em Aracaju, para discutir propostas de projetos de leis e outras medidas a serem tomadas para coibir a violência nos protestos.
Entre as medidas a serem discutidas estão a proibição do uso de máscaras nos protestos e a federalização de crimes realizados durante as manifestações. "Eu acho que realmente a liberdade de manifestação está assegurada na Constituição, mas é vedado o anonimato", afirmou Cardozo.
Sobre o projeto de lei no Congresso que tipifica o crime de terrorismo, o ministro afirmou que é preciso "muito cuidado". "O importante é separar o terrorismo de outras tipificações criminais, se não vou enquadrar tudo em terrorismo como na ditadura militar", disse.
Suspeitos por ataque são "filhinhos de papai mimados", diz Paes
O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), afirmou ontem que os suspeitos pela morte do cinegrafista da TV Bandeirantes são "filhinhos de papai mimados". Ele defendeu a prisão dos indiciados.
"Eles precisam ficar na cadeia por muito tempo. Precisamos é de menos impunidade no Brasil e no Rio de Janeiro. Protesto faz parte, o que não pode acontecer é sair na rua tirando seus recalques, atacando os outros com violência", disse ele, na inauguração de uma creche.
A polícia identificou dois suspeitos pelo crime. O manifestante Fábio Raposo Barbosa, 22, já está preso. Ele é apontado como sendo o responsável por entregar o rojão ao rapaz que o detonou.
A polícia agora procura Caio Silva de Souza, 23, acusado de ter acendido o artefato. Ele é considerado foragido, porque a Justiça já expediu mandado de prisão temporária.
Ambos são suspeitos pelo ataque ao cinegrafista, durante manifestação no centro do Rio na semana passada. Andrade teve morte cerebral constatada anteontem.