Ministro relata assaltos no exterior e atribui reação brasileira a “complexo de vira-lata”

BRASÍLIA – O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral) afirmou ontem que "não poderemos nos prender a pequenos incidentes" durante a Copa do Mundo, ao ser questionado se o assalto a um jornalista francês que cobrirá a Copa do Mundo em Ribeirão Preto expunha um problema de segurança para o evento.
Em entrevista após evento sobre hospitalidade e turismo no Palácio do Planalto, o ministro relatou que sofreu dois assaltos na Europa -em Portugal e na Itália- e que não é o caso amplificar casos "corriqueiros" como esse.
"O assalto a um jornalista é igual ao assalto que eu sofri em Portugal, um, e o outro eu sofri na Itália. Tive dois assaltos na Europa. Nós não poderemos nos prender a pequenos incidentes que são corriqueiros em todos os países. Quero insistir, em todos os países", disse o ministro.
"Vamos abandonar o complexo de vira-lata de achar que só no Brasil acontece violência, acontecem problemas. Que os países orientem seus turistas para tomarem certos cuidados é natural e isso qualquer país pode fazer. Mas nós não vamos vestir essa carapuça", continuou.
Ele disse, no entanto, que não acredita que a amplificação desse tipo de problema, típico do período da Copa, vá desaguar na campanha presidencial deste ano.
"Quem acha que Copa do Mundo, que a vitória da seleção vai ajudar o governo ou que a derrota da Seleção vai ajudar a oposição, sabemos pela história que vai se dar mal, que vai quebrar a cara, não é assim. O povo brasileiro já tem maturidade e inteligência suficiente para separar o que é o evento esportivo, um campeonato de futebol e o que ele representa, e uma eleição, que é uma questão seríssima que define o futuro do país."
"Nós temos orgulho do nosso país. Agora, temos, como todos os países, problemas. Manifestações, teremos. Quem não lembra das manifestações na França, em Paris, incendiada na periferia? Quem não se lembra dos conflitos em Londres e em tantas cidades da Europa ou nos EUA durante os Jogos? Então, nós temos que abandonar essa história de achar que tudo que é ruim acontece no Brasil e que o resto do mundo é uma maravilha", pontuou o ministro.