Moradores e órgãos públicos buscam solução para lixão da Vila Operária
O problema é antigo e requer solução definitiva. Há mais de 40 anos o terreno utilizado como depósito de lixo na Vila Operária, em Paranavaí, incomoda os moradores do bairro. O descarte de diferentes tipos de resíduos provoca mau cheiro e possibilita a formação de focos de incêndio, dando origem a fumaça.
A discussão sobre o uso daquele espaço público para outras finalidades ganhou forças nos últimos meses. A comunidade se mobilizou e pediu ajuda ao Ministério Público, que, por sua vez, chamou outras entidades para participar do debate.
Na noite de terça-feira (6), representantes da Prefeitura de Paranavaí e do Corpo de Bombeiros foram até o bairro para conversar com a população. Ouviram reclamações e sugestões feitas pelos moradores. Depois, apresentaram um plano estratégico com ações de curto, médio e longo prazos.
Secretário municipal de Patrimônio Público e Trânsito e coordenador da Defesa Civil, Heron Radke disse que é importante somar esforços para resolver a situação. Na avaliação dele, a medida mais urgente deve ser no sentido de minimizar os riscos de incêndio, para que seja possível conter a fumaça que se espalha e compromete a saúde e a qualidade de vida dos moradores.
Numa próxima etapa, é necessário investir em ações de conscientização de toda a população de Paranavaí, a partir de investimentos em educação ambiental. Por último, definir o que será feito no local, visando ao interesse da comunidade.
O secretário municipal de Meio Ambiente, Ramiro Kulevicz, destacou que o projeto de mudanças para o depósito de lixo na Vila Operária tem sido estudado há tempos e vem passando constantemente por adequações, para atender todos os requisitos técnicos aliados às necessidades da população.
Kulevicz disse que a solução definitiva para o lixão pode demorar para ser concretizada, afinal depende de uma série de fatores. “É um problema antigo e complexo”. Nesse sentido, ele reforçou o interesse da Administração Municipal em ouvir entidades, órgãos públicos e a comunidade “para tentarmos chegar a um consenso. Estamos ouvindo todas as partes”.
O promotor de Justiça Robertson Fonseca de Azevedo, um dos motivadores das discussões sobre o lixão da Vila Operária, explicou que o trabalho em conjunto, da maneira como vem sendo conduzido, é mais ágil e eficiente, em oposição ao processo judicial que poderia ser iniciado. Assim, também é possível envolver os moradores no debate.
Em outra ocasião, Azevedo afirmou que o depósito de lixo a céu aberto ali no bairro configura uma injustiça ambiental. Na noite de terça-feira, ele voltou a fazer a declaração. E explicou: “É quando uma parte da comunidade sofre mais do que o restante. É isso que está acontecendo aqui”.
A reunião foi no Centro de Atendimento à Criança e ao Adolescente de Paranavaí (Cecap) e contou com a participação de dezenas de moradores. No decorrer do encontro, a comunidade teve a oportunidade de fazer sugestões, por escrito. Compiladas, serão analisadas pela equipe da Administração Municipal e devidamente incorporadas às discussões.
COMBATE A INCÊNDIO – Os presentes receberam orientações sobre as maneiras corretas de combater incêndio. As instruções do Corpo de Bombeiros foram no sentido de alertar a população sobre os riscos do fogo e da fumaça e mostrar de que maneira podem atuar para evitar que as chamas se espalhem.
Não se tratou, no entanto, de incentivo para que se arrisquem tentando apagar o fogo que surge constantemente no lixão da Vila Operária. A segurança dos cidadãos precisa ser preservada.
MANIFESTAÇÃO – Na última segunda-feira (5), moradores do bairro organizaram um protesto em frente ao lixão. Ergueram faixas pedindo reeducação ambiental e bradaram pelo fim do descarte de resíduos no bairro. Também conversaram com motoristas que passaram pelo local e convidaram a comunidade a se envolver no debate.
AUDIÊNCIA PÚBLICA – No final de setembro, o promotor de Justiça Robertson Fonseca de Azevedo esteve na Vila Operária e conversou com os moradores sobre o problema. Naquela audiência pública, professores do Instituto Federal do Paraná (IFPR), campus de Paranavaí, explicaram sobre os riscos que o lixão a céu aberto podem causar para a população.
Na ocasião, os moradores apresentaram queixas a Azevedo, que se comprometeu a envolver diferentes repartições públicas na busca por soluções para o problema.