Moradores formam lixões em vários pontos da cidade

Nas últimas semanas Paranavaí vem registrando um novo complicador na luta contra as doenças provocadas pelo Mosquito Aedes aegypti – Dengue, Zika Vírus e Febre Chikungunya. Trata-se do grande número de novos lixões clandestinos formados pelos próprios moradores, sem anuência do poder público.
A falta de consciência é a principal dificuldade para conter a prática. Vigilância em Saúde pede ajuda das pessoas, denunciando suspeitos da prática e identificando placas de veículos usados para o transporte de tais materiais.
O diretor da Vigilância em Saúde, Randal Khalil Fadel, diz que o volume de novos lixões está anormal. Uma das razões, segundo ele, é o recente aperto na fiscalização do depósito de entulhos da Vila Operária, o que tem impedido as pessoas de fazerem descartes irregulares.
A saída para os menos conscientes resolverem seus problemas é jogar os resíduos em outros locais, descuidando dos zelos para conter o avanço do Aedes, além de outros insetos – ratos, baratas, escorpiões, etc. Uma solução irreal, já que na prática apenas transfere o lixo de local e coloca em risco a própria segurança. As pragas e suas doenças podem afetar a todos.
PONTOS CRÍTICOS – Apenas ontem pela manhã, a equipe da Vigilância detectou vários lixões irregulares.
Os principais estão na Avenida Domingos Sanches, esquina com a Rua X – Jardim Morumbi; Rua João Bergamini, esquina com a Rua Rio Grande do Sul; Jardim São Jorge; dois focos no Conjunto Habitacional Ettore Giovine; formações nos Conjuntos Luiz Lorenzetti e Geraldo Felippe.
Há outros pontos, além dos citados, preocupa-se Khalil Fadel. Ele comenta que as pessoas se aproveitam dos fundos de vale, áreas menos habitadas e que facilitam o descarte irregular do lixo.  
NÚMEROS ATUALIZADOS – A incidência dos chamados lixões clandestinos é ainda mais preocupante se levarmos em conta a escalada no número de casos de Dengue na cidade. São 127 confirmações apenas neste ano, sendo que 04 pacientes ainda aguardam o resultado dos exames e outros 839 notificados deram negativo para a doença.
O último paciente confirmado é do dia 05 de maio. Na prática, significa que o vírus continua circulando, relata o diretor da Vigilância. A maior preocupação é conter a epidemia quando houver a elevação da temperatura com a proximidade do verão. Nesta época é previsível uma maior incidência, até por conta do aumento da população do mosquito.
Atualmente a cidade registra de três a quatro casos suspeitos por dia. Não é um número muito elevado, explica Fadel Filho. Ele detalha que a maioria dos pacientes acaba confundindo com sintomas de gripe, comum nesta época. Ainda assim, a Vigilância tem trabalhado para reduzir o número de focos.
A Vigilância também acompanha a incidência de casos de Zika Vírus. Por enquanto são 05 casos positivos em 2016. O último é de fevereiro. Significa que o vírus não está em circulação. No total foram investigados 67 casos na cidade, sendo que 61 deles deram negativos em exame de laboratório.
ACOMPANHAMENTO – O enfrentamento é uma missão nada fácil, como diz o diretor. Prova disso é um monitoramento em 06 mil imóveis na chamada área do Jardim Santos Dumont (que inclui Jardim Ipê, Avenida Martin Luther King e outros), detectou pelo menos 33 focos. São 180 quarteirões, o que revela que o mosquito está espalhado pela cidade. O trabalho deve conter informações detalhadas e será fechado.
Não deve ser confundido com o LIRA – Levantamento de Índice Rápido, feito em toda a cidade três vezes ao ano. O último no mês de abril apontou infestação de apenas 0,4%, sendo que a Organização Mundial de Saúde – OMS – considera tolerável até 1% de infestação.       

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Nos lixões clandestinos tem de tudo: de lixo doméstico a móveis e utensílios domésticos
Foto: Fabiano Vaz Fracarolli