Motorista paranavaiense alega que não sabia que levava toneladas de maconha
A Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc), equipe de Maringá, fez a maior apreensão de maconha do ano no Paraná. Foi na noite de anteontem, na PR-463, em Nova Esperança (a 32 km de Paranavaí, próximo ao trevo de acesso a Uniflor.
O motorista, paranavaiense de 42 anos, alegou desconhecer que embaixo da carga de fertilizantes levava 5.780 quilos de maconha. Ele não tem passagens anteriores pela polícia.
O Denarc vinha investigando o esquema criminoso há três meses. Na segunda-feira, apurou que a carga passaria pela região Noroeste.
Com isso, identificou o veículo, iniciando o acompanhamento até a abordagem, apreensão da carga e prisão do motorista. Também foi preso um casal que viajava em um Kia Sportage e que dava apoio (conhecido como batedor na rotina policial). A missão do casal seria passar informações sobre bloqueios policiais.
Os três suspeitos, detidos em flagrante, estão presos em Maringá. Devem responder por tráfico de drogas e associação para o tráfico. A pena prevista para o tráfico de drogas é de 5 a 15 anos de prisão.
LIDERANÇAS DO GRUPO – O delegado da Denarc, Gustavo Pinho Alves, confirmou em entrevista que as investigações apontaram que a quadrilha tem lideranças em Paranavaí e Loanda, cidades separadas por 83 quilômetros, ambas no Noroeste do Paraná. A quadrilha de traficantes tem ainda ramificações em Itaquiraí e Coronel Sapucaia, no Mato Grosso do Sul, informa o delegado.
O motorista declarou que levaria o caminhão até o Rio Grande do Norte, no entanto, conforme o delegado, as investigações apontam que uma parte da droga seria distribuída na região de Maringá (o motorista faria apenas uma entrega nesta cidade) e a maior quantidade iria para o Estado de Goiás.
A carga poderia render até R$ 8,6 milhões para os traficantes, isso porque o quilo da droga pode chegar a R$ 1.500,00 no destino final, dependendo da distância.
Um policial explicou que no Paraguai e no Mato Grosso o valor é bem menor, mas, vai subindo de acordo com os custos de transporte, mão de obra e riscos envolvidos, com este último item sendo determinante para a formação do preço final.
OUTRO CASO – Esta é a segunda apreensão recente de grande quantidade de maconha envolvendo paranavaiense. Em dezembro do ano passado, um motorista de 40 anos, morador em Paranavaí, morreu vítima de acidente em Barão de Cocais, região central de Minas Gerais.
Ele dirigia um caminhão com carga de farelo de milho e que levava também 3.750 quilos de maconha sob a carga. O veículo caiu numa ribanceira de uma altura de dez metros. Na época a polícia mineira não tinha informações sobre a origem da carga e nem a destinação.