Mourinho critica “onda” de naturalizações dos jogadores

O técnico José Mourinho, atualmente no Chelsea, da Inglaterra, criticou duramente as naturalizações dos jogadores para as seleções que vão disputar a Copa do Mundo no Brasil a partir do próximo mês de junho.
O comandante português declarou que, se um dia comandar a equipe nacional de Portugal, só chamará jogadores nascidos no local ou que tenham uma grande identificação familiar com o país europeu.
"Se um dia eu for treinador de Portugal, só convocarei jogadores nascidos no meu país. Ou, se não forem nascidos no meu país, então, que tenham pais com uma grande relação com o país", afirmou Mourinho, em entrevista coletiva.
O técnico se referiu à possível convocação do volante brasileiro Fernando, campeão sul-americano sub-20 com o Brasil em 2007 e que corre risco de estrear por Portugal na convocação da Copa.
Há mais de seis anos no Porto, o jogador recebeu em dezembro o novo passaporte e só não foi convocado para enfrentar Camarões devido a detalhes pendentes de sua naturalização na Fifa.
"Nunca convocarei um jogador só porque ele tem um passaporte do país. Para mim, a seleção nacional significa muito. A seleção nacional é Portugal e não Portugal e amigos. Portugal é para jogadores portugueses", acrescentou.
A crítica de Mourinho acontece em um momento que ao menos sete seleções acabam de vencer disputas por atletas com dupla cidadania ou ainda aguardam decisões judiciais de naturalizações para definir os elencos que trarão ao Mundial do Brasil.
Na última sexta-feira, os brasileiros Thiago Alcântara e Diego Costa também foram convocados para defender a Espanha, em um amistoso contra a Itália.
Outros aguardam o fim do processo de obtenção de cidadania para cavar lugar na Copa. É o caso do atacante Edinho, que aceitou o convite da federação do Irã, país onde atua há sete anos.
Já Julian Green, 18, considerado a maior promessa do Bayern de Munique, aceitou convite para treinar com os EUA depois de atuar pelas seleções menores da Alemanha. O jogador ainda precisa assinar a troca de cidadania na Fifa para poder jogar.