Mudança de estação exige cuidados redobrados aos alérgicos

Os olhos lacrimejam, o nariz tranca, a garganta fica irritada e o ouvido coça sem parar. A temporada mais seca e fria do ano está chegando e bastam os primeiros sinais meteorológicos desta mudança, para aparecerem os sintomas das alergias.
Segundo Dr. Marco Antonio Guerra, do Hospital Santo Antônio de Votorantim, professor de medicina de urgência e emergência da FCMS – PUC e especialista em clínica médica, as alergias são uma reação exagerada do organismo ao contato com certas substâncias.
Ele aponta que, aproximadamente, 30% da população mundial sofre com algum tipo de alergia, seja por infecção, causada pelo contato com medicamentos injetáveis; inalante, pela poeira doméstica, fungos e ácaros; digestivas, provocadas pela ingestão de alimentos ou medicamentos, como: pescados, frutos do mar, chocolates, penicilina, entre outros e de contato, com metais, por exemplo. “Com o aumento da poluição, possivelmente, pelo menos uma vez na vida, as pessoas terão uma crise alérgica”, afirma o especialista.
Para evitar as temidas crises, a principal recomendação do especialista é o afastamento dos agentes causadores das alergias. Por isto, nesta época de mudança da estação do ano, os alérgicos devem redobrar os cuidados, principalmente, com os ácaros, que são micro-organismos que se alimentam de escamas de pele humana.
“As alergias respiratórias são a principal preocupação nesta época do ano, pois, se não controladas adequadamente, podem favorecer infecções graves nas vias respiratórias, podendo assim, evoluir para uma pneumonia”, alerta o médico do Hospital Santo Antônio de Votorantim.
Um dos principais vilões domésticos dos alérgicos são as fezes dos ácaros. Elas permanecem alojadas nas roupas, cobertores e mantas, que estão guardadas no guarda-roupa, esperando, desde o Inverno anterior. O especialista aponta que é extremamente importante a higienização destas peças, antes do uso.
“Estas roupas devem ser lavadas e expostas ao Sol por, pelo menos, um período do dia, para matar os ácaros e eliminar o agente contaminante”, explica. “Ao sair pela manhã, é recomendado deixar as janelas parcialmente abertas para uma boa ventilação, ou se fechadas, apenas com o vidro, para que o Sol entre no ambiente”, explica Dr. Guerra.
Ainda para diminuir as crises alérgicas é recomendado umidificar o ambiente, seja com um balde de água, toalhas úmidas ou, mesmo, com o uso de umidificadores. Entretanto, alerta o especialista, o uso exagerado de umidificadores de ar pode deixar o ambiente propício à proliferação de fungos e, consequentemente, aumentar as crises alérgicas. “Este é um erro muito comum. Muitas famílias deixam o aparelho ligado a noite toda. O correto é deixar o umidificador ligado apenas duas ou três horas antes de dormir”.
O simples ato de passar uma vassoura pela casa, ao contrário do que muitos imaginam, é prejudicial para os alérgicos. De acordo com o Dr. Guerra, varrer a casa levanta a poeira que está no chão, aumentando o contato do pó com o nariz. O correto, comenta, é passar um pano úmido, ou o aspirador de pó com filtro específico. (Fonte: Qnotícia)

Como reconhecer uma alergia?

As crises alérgicas, principalmente as respiratórias, possuem sintomas semelhantes aos das gripes e resfriados. Com isto, muitas pessoas tratam de maneira errada os sintomas. Para reconhecer uma crise alérgica, diz Dr. Marco, o paciente deve ficar atento ao tempo do uso dos medicamentos. “Após três ou quatro dias de medicamentos sintomáticos, o quadro gripal e de resfriado devem desaparecer. Se não ocorrer, é provável que o paciente esteja com uma crise alérgica e deve procurar, novamente, o médico”, finaliza.