Mulher grávida era “isca” para assalto a caminhoneiro

No final de semana, o 8º Batalhão de Polícia Militar de Paranavaí divulgou informações sobre a prisão de uma quadrilha que roubava caminhões. Um dado relatado pela vítima chamou a atenção. O motorista disse que deu carona para uma mulher grávida, que argumentou estar passando mal. Ela era uma “isca”, como se revelaria mais tarde, fazendo parte do bando.
O motorista foi abordado pela mulher perto de Atalaia, na PR-218. A mulher disse que estava passando mal e precisava de uma carona até Nova Esperança, cidade próxima. Na boa fé, o motorista, deu a carona e se deslocava para a BR-376 e perto desta rodovia federal a mulher pediu para parar, alegando que precisava fazer uma necessidade fisiológica.
Foi quando houve a abordagem por parte de três homens, que deram voz de assalto e amarraram a vítima. Desde então, o motorista diz que não viu mais nada, recobrando a consciência apenas quando resgatado pela PM. Estava amarrado na cabine do próprio veículo.
OS FATOS – Entre a abordagem e o resgate pela PM, foi um longo percurso. Os policiais militares entram na história quando recebem um telefonema de uma testemunha, relatando ter presenciado um possível assalto.
Com as características do caminhão e informações sobre um Toyota Corolla que estaria no apoio, começam as buscas. Na primeira tentativa de abordagem, já nas margens da PR-463, o motorista “joga” o caminhão contra os policiais, fato que se repete na segunda tentativa de parar os assaltantes, já perto do trevo de acesso a Nova Esperança.
Os policiais reagiram, disparando um tiro, levando o motorista a finalmente parar o veículo. Um homem desembarca e tenta se livrar de uma arma de fogo, que foi apreendida. Ele ainda tentou a fuga e acabou detido, embora tenha reagido contra os PMs.
Os policiais relatam que tiveram que fazer “uso da força” para conter este e os outros dois assaltantes que ainda estavam ainda na cabine do caminhão.
Quando houve a vistoria e alguns questionamentos, os policiais localizaram o motorista amarrado na cabine. Ele então fez os relatos sobre como ocorreu o crime.
CARRO DE APOIO – Na fase seguinte houve a continuidade da busca ao Corolla, localizado perto da Praça de Pedágio de Presidente Castelo Branco. Era ocupado por duas mulheres, sendo uma delas a grávida que pegou carona no caminhão, devidamente reconhecida pela vítima.
Todos foram levados para a Delegacia de Polícia de Nova Esperança. A grávida alegou estar passando mal e recebeu atendimento médico no Hospital Municipal. Ela também foi beneficiada pelo habeas corpus coletivo deferido recentemente pelo STF (Supremo Tribunal Federal), estendido a mulheres grávidas ou com crianças. Deve responder em liberdade.
Os autores do crime são de três cidades diferentes: 1 de São Paulo (capital), 2 de Bela Vista do Paraíso (PR), dois de Londrina (PR). No veículo roubado havia um bloqueador de sinal de satélite, conectado à bateria. Este dispositivo inviabiliza rastrear o caminhão, mesmo que disponha de tal serviço.