Música, Poesia, Conto

De um pequeno grupo de artistas iniciantes no Colégio Estadual, com grandes turmas mistas de cantores e poetas, meninos e meninas sonhavam em ser atores. Todos pela arte, toda arte, grandes e mini valores.

Assim nasceu o Festival dos alunos do Curso Clássico do Estadual. Poesias soltas, rimas livres, em folhetos ou num varal. Música solada, cantada, bem ou mal entoada, lindas apresentações. O palco tremia, quando Zé Maria nele subia. O palco era o chão, nos corredores, no pequeno corrimão. Devagar nossa arte passa a ser no Tênis Clube, prédio antigo, mas tinha palco. O artista crescia e a plateia se envolvia. A eleita comissão de seleção muitas vezes perdia a direção.

Mais tarde, a Casa da Cultura. Depois o Teatro Municipal. Era aí que a moçada realizava das artes o seu grande Carnaval. O festival tomava impulso, impressionava no cenário nacional, da região, do Estado, do Sul, Oeste e do Norte do Brasil. Também chegavam trabalhos dos autores do estado do Rio. Isso pra quem com os olhos do coração viu, sentiu e aí agregou-se contos, os mais sérios ou engraçados, variados. De escritores iniciantes e de outros já bem renomados. A qualidade da obra, o estilo, o tema, tudo muito complicado. E nosso Festival ganhou seu hino: “Luzes que emanam do alto”.

O artista se iluminava. De repente, se inflamava e a plateia vibrava. Hoje já é a quadragésima oitava edição do fantástico festival. Tornou-se para nós a grande conquista do meio cultural. Com apoio da administração, o festival empolgou alma e coração. Tem até um site pra divulgar a toda parte a sua inscrição.

E lá está o Paulo, o Amauri, cantores, atores, poetas, declamação. Violas, pianos, violão, flautas, violinos cerrando fileiras na grande pista. Magnífico palco com luzes do Adauto, iluminando a imagem do artista. É grande o tempo de preparação, de cada detalhe, mas todo trabalho e ensaio da turma da Rosi, claro que vale. Juventude sadia, bebendo arte, impulsiona a festa desse grande dia. É nosso festival que abre os braços acolhendo com estranha magia os sonhos dos artistas e os transformam em realidade. Eis que no palco, ele é reconhecido de verdade. Festival de música e poesia, Paranavaí se engalana no seu dia.

Cleuza Cyrino Penha, carinhosamente chamada de Tia Cleuza, é paulista de nascimento, paranaense de coração, paranavaiense por devoção. Autora de muitos livros em que destaca sentimentos e emoções com o objetivo único e específico de melhorar vidas. Tia Cleuza também é professora aposentada, empresária, voluntária na educação e cultura e sócia do Rotary Fazenda Brasileira.