Não somos futebol, mas tem pressão, diz destaque da seleção

LUSAIL, QATAR – A primeira vitória do Brasil no Mundial de handebol veio acompanhada de mais duas marcas inéditas no Qatar: pela primeira vez um brasileiro foi artilheiro de uma partida e pela primeira vez o time teve o melhor jogador em quadra. E as duas marcas foram do ponta Felipe Borges, 29.
Em seu quinto Mundial, o único atleta desta seleção que joga na França marcou nove gols contra Belarus e foi fundamental na vitória (34 a 29) que mantém as chances de classificação do time para as oitavas de final.
Se perdesse, a seleção brasileira teria poucas chances de avançar no torneio. Com a vitória, manteve a quarta colocação e depende de mais um triunfo para continuar na disputa.
"Não somos o futebol, mas tem pressão. Precisamos corresponder em quadra, sabemos desse momento do handebol. Temos que saber lidar com essa pressão", diz Borges.
Além da pressão de passar de fase e melhorar a colocação do último Mundial, a 13ª posição, em 2013, a seleção masculina tem sobre ela o peso de a equipe feminina ter conquistado o título do mundo há dois anos.
Borges foi escolhido o melhor em quadra pela organização e ganhou um relógio de um dos patrocinadores do torneio. Um prêmio também pelo Brasil ter sido a primeira seleção de fora da Europa neste Mundial a bater um time do Velho Continente.
"Já estou há muito tempo no handebol e vejo a dificuldade que é ganhar de um europeu. Pela tradição, por terem as melhores ligas, pelo físico. O biótipo do europeu é diferente, difícil encontrar jogadores fortes e altos assim", explica Borges, de 1,86m e 87 kg. Em Belarus, por exemplo, cinco jogadores têm 2 metros ou mais de altura. No Brasil, nenhum.
Com os nove gols desta segunda-feira (19), na Arena Lusail, Borges chegou a 614 pela seleção brasileira em partidas internacionais e é o principal goleador entre os jogadores da equipe nacional.
*O repórter MARCEL MERGUIZO viaja a convite da organização do Mundial