“Não tolero corrupção no meu governo”, diz Dilma a jornal francês

Em entrevista ao jornal francês "Le Monde", a presidente Dilma Rousseff disse que não tolera corrupção. Dilma ponderou, porém, que corrupção "é um flagelo que afeta todos os países". "Eu não tolero a corrupção e meu governo também não. Se há uma suspeita justificada, a pessoa deve sair. É claro, não devemos confundir investigações com caça às bruxas, próprios de regimes autoritários ou de exceção", disse Dilma em entrevista publicada ontem.
A presidente destacou que, no Brasil, o Ministério Público é independente e a Polícia Federal investiga, prende e pune. "E que começou essa nova fase de governança foi o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva", disse.
O jornal francês afirma que a visita de Dilma a Paris nesta semana foi marcada pelo escândalo do mensalão que quase custou a reeleição de seu sucessor e mentor, Lula, em 2006.
O periódico destacou as novas revelações do operador do esquema, Marcos Valério, condenado a mais de 40 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal.
Em busca de uma sentença mais branda, Valério prestou depoimento à Procuradoria-Geral da República e ligou Lula ao mensalão, dizendo, entre outras acusações, que repassou dinheiro para bancar despesas pessoais do ex-presidente. Assim como Dilma, ministros do governo têm desqualificado as denúncias dizendo que elas não passam de uma mera tentativa de atacar Lula.
Ao periódico francês, Dilma disse ainda que todos os que usam recursos públicos devem prestar contas, "caso contrário, a corrupção se espalha".
A presidente disse ainda que é preciso ser "proativo" e lembrou que o governo federal criou o Portal da Transparência, onde os gastos do governo são lançados diariamente.

Carvalho nega que Dilma pediu a ministros que defendessem Lula
O secretário-geral da Presidência, ministro Gilberto Carvalho, disse ontem que a presidente Dilma Rousseff não pediu para que integrantes do governo saíssem em defesa do ex-presidente Lula.
Carvalho, que é amigo de Lula, disse que ministros reagiram sem um pedido de Dilma.
"Efetivamente não houve uma orientação da presidente para ministro ou quem quer que seja falasse. Ela fez foi uma defesa do presidente Lula e cada de um nos reagiu segundo seu senso de justiça e indignação", disse o ministro.
Nessa semana, diversos ministros saíram em defesa de Lula e atacaram Marcos Valério, condenado como operador do mensalão.
Em depoimento, ele disse que o esquema pagou despesas pessoais do ex-presidente.