Negociação entre governo e APP tem nova reunião hoje

O Governo do Paraná e a APP-Sindicato chegaram a entendimento sobre várias questões que levaram à greve da categoria. Em reunião, ontem, os secretários Eduardo Sciarra (Casa Civil), Fernando Xavier Ferreira (Educação) e Dinorah Nogara (Administração) reforçaram a intenção do Estado seguir discutindo as reivindicações dos servidores e pediram a retomada das aulas no menor prazo possível.
Nova reunião está marcada para hoje, às 9h, no Palácio Iguaçu.
Entre os temas debatidos, houve acordo em relação às questões envolvendo benefícios da educação e demais servidores. “Há compromisso do governo em não encaminhar nenhum projeto que altere direitos e benefícios do funcionalismo”, afirmou o secretário Eduardo Sciarra.
Sciarra também destacou que qualquer proposta de mudança no sistema de previdência do funcionalismo será debatida antecipadamente com os servidores. O governo estadual também estabeleceu um cronograma para pagamento de rescisões de professores temporários, contratados por Processo Seletivo Simplificado (PSS). O valor integral das indenizações será depositado no próximo diz 24. São R$ 82 milhões.
O secretário também afirmou que o governo não vai mais utilizar o expediente de comissão geral para a tramitação de projetos de lei.
Portanto, a decisão é de que a greve – deflagrada há 11 dias, continua.
Na reunião de hoje será discutida a questão estrutural das escolas, já que muitas tiveram redução no número de funcionários e estão sem condições de recomeçar as aulas. Entre as reivindicações dos professores estão o pagamento do terço de férias e das rescisões de funcionários temporários – que estão atrasados.
Durante a reunião, centenas de manifestantes se concentraram em frente ao Palácio Iguaçu, onde aconteceu o encontro, e também na Praça Nossa Senhora de Salete, em frente à Assembleia Legislativa, onde professores seguem acampados há 10 dias.
GREVE E REIVINDICAÇÕES – Os docentes da rede estadual estão parados há 11 dias. Centenas deles montaram acampamento em frente à sede do governo e, na semana passada, chegaram a invadir a Assembleia por duas vezes, em protesto contra um pacote de corte de gastos do Estado.
Não houve aulas em nenhuma das 2.100 escolas públicas do Paraná nesse período.
Ontem, após uma reunião de três horas com a APP Sindicato (que representa os docentes estaduais), o secretário-chefe da Casa Civil, Eduardo Sciarra, afirmou que o governo não vai propor "nenhum projeto que retire benefícios ou direitos dos trabalhadores" –como a redução do anuênio dos servidores, a mudança na previdência estadual e alterações no plano de carreira.
Todas essas medidas haviam sido propostas no início do mês pelo governo de Richa, o que gerou insatisfação entre professores e servidores e motivou os protestos da semana passada.
A proposta de mudança na previdência, diz Sciarra, que era a mais polêmica do pacote, será "aberta ao debate com os servidores" antes de ser encaminhada novamente à Assembleia.
Os professores também reclamam do corte de turmas, da demissão de funcionários e do atraso de pagamentos à categoria, que ainda não recebeu o adicional de férias.
O governo se comprometeu a pagar os valores das férias em duas parcelas (março e abril) e a quitar a rescisão dos contratos suspensos até a semana que vem.
Para o sindicato, porém, é apenas "o primeiro passo". "Ainda temos questões importantes a serem debatidas", afirmou Hermes Leão, presidente da APP Sindicato.
A categoria quer discutir especialmente o corte de turmas nas escolas. O governo diz que não havia demanda, mas professores reclamam que há salas com até 60 alunos.