NIETZSCHE ERA O CARA!

Nietzsche, disse: “A recompensa final dos mortos é não morrer nunca mais”.
Simples assim.
Ou seja, não se morre duas vezes. 
Por coisa alguma.
É o equivalente, guardadas as devidas proporções, a dizer que “gato escaldado tem medo de água fria”.
Quem já viu a morte de perto não pode, sendo uma criatura inteligente, flertar com ela novamente. Nem por brincadeira, nem para sentir qualquer emoção, nem que seja por curiosidade.
Morreu está morto! E se ainda há algum resquício, é porque morte não houve.
Assim também se faz o aprendizado.
Criança que já queimou os dedos, não brinca com fogo.
Quem já levou ferroada, não cutuca a caixa de abelha.
E quem apanhou da vida, escolhe outros caminhos se aprendeu alguma coisa.
Isto também se aplica aos sentimentos. Processos elaborados, tratados e resolvidos devem ficar (e jamais sair) no lugar que lhes convêm: no passado e no esquecimento. 
Ressentimento, viver em lamúrias, reclamar e ficar preso em lembranças é uma prova incontestável de estupidez que só levará ao desgaste e à infelicidade. 
Nada, absolutamente nada muda o que já passou. Pode amenizar, mas mudar, jamais!
Voltar, revirar, remexer não é coisa de morto. É no máximo, coisa de zumbi!
E por mais que estas criaturas estejam na moda, não há nada mais chato e desagradável que pessoas que carregam correntes pela vida, cheias de autopiedade e autocomiseração, pedindo pena e compreensão para seus eternos problemas, como se apenas elas tivessem aflições na vida. O milagre que estas pessoas esperam não vai acontecer. Por mais que haja compreensão, a lamúria gratuita, o egoísmo e a inércia, não são bem recebidos e nem tolerados, pois afastam qualquer possibilidade de construção, de harmonia e de satisfação. 
Portanto, Nietzsche foi profundamente assertivo em sua colocação. 
Particularmente acho que dentro do contexto, ele falava também de liberdade. E como tudo na vida, a liberdade também tem um preço. 
Às vezes é preciso abrir mão de um projeto para que outro se crie. 
Em alguns momentos é preciso se despedir para que a vida siga seu fluxo.
Há opções que são dolorosas e necessárias para que novas oportunidades surjam.
É necessário preparar um novo recipiente para receber o novo vinho.
A mudança nem sempre é fácil e neste ponto, vem sempre à memória uma frase estupenda de Albus Percival Wulfric Brian Dumbledore, também conhecido como Dumbledore, personagem da saga de livros Harry Potter, criada por J.K.Rowling, que diz: … chegou o momento de deixar de fazer o que é cômodo para fazer o que é certo.
Na maioria das vezes é preciso abrir mão de velhas e confortáveis roupagens para começar um processo de evolução… Por menor que ele seja. 
Nietzsche deve ter pensado muito até chegar a esta conclusão e por certo se livrou de algo muito incômodo quando percebeu que só revive seus mortos e alimenta seus fantasmas quem quer. 
Ou não. 
Talvez ele não tivesse pensado nada disso e a interpretação foi dada por alguma ideia equivocada da minha mente brincalhona.
Não importa. O fato é que a frase leva qualquer um a refletir.
Enfim… Deixar os mortos ou conviver com velhas falas? Não há como escapar: é a boa e inegável questão de opção.
Há quem goste de coisas boas, vitalidade e energia construtiva e há também quem goste de dias amargos e companheiros zumbis…
Fazer o quê?
Colaboração de Edeni Mendes da Rocha