Nossos filhos conhecem a Gratidão?

Acredito que o sentimento de gratidão seja uma necessidade no processo de evolução do ser humano.
Porque falar em gratidão é o ápice de construções anteriores que passam pelo desenvolvimento do amor, da humildade, do desapego, até chegarmos a compreensão real da vida.
Não que a gratidão chegue necessariamente após a conclusão das aprendizagens anteriores, mas o ser humano vai se preparando para senti-la quando já avançou na vivência das virtudes anteriores.
A gratidão talvez seja o ápice de uma etapa porque ela nos irá remeter, a um estado de paz interior que sem ela seria impossível, já que o oposto da gratidão é justamente a revolta.
Na verdade, um certo estado de indignação é necessário como um saudável agente motivador para as ações de luta e renovação.
Mas se a indignação ultrapassa os limites para a revolta, este novo sentimento, ao invés de construir, alimenta pulsões destrutivas que perturbam a paz interior.
Chegar ao estado de gratidão é muito mais do que expressar um “muito obrigado”. Aliás, esta expressão apenas retrata uma atitude de educação social.
O estado de gratidão firma-se em uma atitude ampla de se sentir permanentemente beneficiado pela vida e, por outro lado, comprometido com esta mesma vida em contribuir para sua melhoria.
Para que a gratidão se desenvolva é importante que a criança aprenda a apreciar a importância e o valor de quando é ajudada.
Assim como, permitir que ela sinta a dificuldade existente para se conquistar alguma coisa.
Atualmente, observamos com frequência, crianças e jovens exigindo muito, mas com pouca humildade. 
Essa falta de humildade, no desenvolvimento emocional, pode conduzir a arrogância, falta de empatia e o que é fundamental para o coração ser generoso, a virtude da gratidão.

Colaboração de Márcia Spada