Novo acordo ortográfico ainda gera discussões
Desde 2009 os brasileiros tiveram que se acostumar com as novas regras na Língua Portuguesa, devido à implantação do acordo ortográfico atualizado.
Este acordo tem como objetivo unificar a ortografia nos oito países de língua portuguesa como Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor Leste, Brasil e Portugal.
Embora já tenha sido implementado, o acordo ainda não está vigorando oficialmente. Em 2012, a presidente Dilma Rousseff alterou o Decreto n.º 6.583/2008, estabelecendo 2016 como o ano oficial para vigorar o novo acordo ortográfico, devido Portugal ter relutado em aceitar as novas regras.
Para o professor de Língua Portuguesa do Centro Universitário Internacional Uninter, Eugênio Vinci de Moraes, essa atitude já inviabiliza o principal propósito do novo acordo, que é o de uniformizar as publicações em Língua Portuguesa nos países lusófonos.
“Em 1931 Getúlio Vargas assinou um acordo semelhante entre as Academias de Letras do Brasil e a de Ciências de Portugal. Divergências posteriores inviabilizaram o acordo, e o resultado foi uma adoção semioficial de duas grafias, como ocorre ainda hoje”, afirma Moraes.
Para ele, essas divergências mostram que, por trás dos interesses políticos e editoriais que justificam a reforma, existem peculiaridades linguísticas que derrubam as tentativas de uniformização ortográfica, que não podem ser apagadas por decretos ou leis gerais.
No Brasil, especialistas criticam o acordo justamente por causa dessa pretensão em aparar as diferenças em nome de uma padronização artificial. Outros argumentam que a mudança foi pouco discutida e excluiu da discussão boa parte da comunidade acadêmica. “Entre estes e aqueles, o que fica de concreto é o fracasso de seu propósito principal, pelo menos por ora”, garante o professor.
Na vida prática, as mudanças atingem cerca de 0,5% das palavras da Língua Portuguesa e, de acordo com o professor, pouco interfere na vida dos alunos, que não têm dificuldade em adotá-lo.
“Do ponto de vista dos usuários, a mudança que o acordo traz é pífia e, como a reforma atinge uma meia-dúzia de palavras efetivamente usadas, aos poucos o usuário da língua escrita vai absorvendo as mudanças sem maiores traumas”, diz.
Segundo Moraes, a dificuldade dos alunos está na compreensão e na produção textual, nas quais se exigem mais habilidades que na transcrição gráfica das palavras do Português.
“Na minha experiência em sala de aula, não vejo grandes problemas nesse aspecto. O ponto mais confuso do acordo, o que se refere aos hifens, nem piora nem melhora as coisas, pois já era confuso antes. Isso nem sempre é culpa dos autores do acordo, mas da própria complexidade da grafia de palavras compostas”, finaliza.
Hoje, a Língua Portuguesa tem em torno de 280 milhões de falantes, o que coloca o Português como a quinta língua mais falada no mundo, a terceira mais falada no hemisfério ocidental e a mais falada no hemisfério sul.
Ainda assim, o idioma não conseguiu entrar para o rol das línguas oficiais de órgãos internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU), por exemplo. Todos os documentos publicados em Português têm que ser disponibilizados em duas vias: o Português do Brasil e o Português de Portugal.
Este acordo tem como objetivo unificar a ortografia nos oito países de língua portuguesa como Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor Leste, Brasil e Portugal.
Embora já tenha sido implementado, o acordo ainda não está vigorando oficialmente. Em 2012, a presidente Dilma Rousseff alterou o Decreto n.º 6.583/2008, estabelecendo 2016 como o ano oficial para vigorar o novo acordo ortográfico, devido Portugal ter relutado em aceitar as novas regras.
Para o professor de Língua Portuguesa do Centro Universitário Internacional Uninter, Eugênio Vinci de Moraes, essa atitude já inviabiliza o principal propósito do novo acordo, que é o de uniformizar as publicações em Língua Portuguesa nos países lusófonos.
“Em 1931 Getúlio Vargas assinou um acordo semelhante entre as Academias de Letras do Brasil e a de Ciências de Portugal. Divergências posteriores inviabilizaram o acordo, e o resultado foi uma adoção semioficial de duas grafias, como ocorre ainda hoje”, afirma Moraes.
Para ele, essas divergências mostram que, por trás dos interesses políticos e editoriais que justificam a reforma, existem peculiaridades linguísticas que derrubam as tentativas de uniformização ortográfica, que não podem ser apagadas por decretos ou leis gerais.
No Brasil, especialistas criticam o acordo justamente por causa dessa pretensão em aparar as diferenças em nome de uma padronização artificial. Outros argumentam que a mudança foi pouco discutida e excluiu da discussão boa parte da comunidade acadêmica. “Entre estes e aqueles, o que fica de concreto é o fracasso de seu propósito principal, pelo menos por ora”, garante o professor.
Na vida prática, as mudanças atingem cerca de 0,5% das palavras da Língua Portuguesa e, de acordo com o professor, pouco interfere na vida dos alunos, que não têm dificuldade em adotá-lo.
“Do ponto de vista dos usuários, a mudança que o acordo traz é pífia e, como a reforma atinge uma meia-dúzia de palavras efetivamente usadas, aos poucos o usuário da língua escrita vai absorvendo as mudanças sem maiores traumas”, diz.
Segundo Moraes, a dificuldade dos alunos está na compreensão e na produção textual, nas quais se exigem mais habilidades que na transcrição gráfica das palavras do Português.
“Na minha experiência em sala de aula, não vejo grandes problemas nesse aspecto. O ponto mais confuso do acordo, o que se refere aos hifens, nem piora nem melhora as coisas, pois já era confuso antes. Isso nem sempre é culpa dos autores do acordo, mas da própria complexidade da grafia de palavras compostas”, finaliza.
Hoje, a Língua Portuguesa tem em torno de 280 milhões de falantes, o que coloca o Português como a quinta língua mais falada no mundo, a terceira mais falada no hemisfério ocidental e a mais falada no hemisfério sul.
Ainda assim, o idioma não conseguiu entrar para o rol das línguas oficiais de órgãos internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU), por exemplo. Todos os documentos publicados em Português têm que ser disponibilizados em duas vias: o Português do Brasil e o Português de Portugal.