Novo corregedor-geral promete rigor com vagabundos

O novo corregedor-geral do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), ministro Francisco Falcão, reforçou o discurso de sua antecessora Eliana Calmon e disse que vai combater "meia dúzia de vagabundos" que precisam ser retirados do Judiciário. Falcão, no entanto, prometeu um estilo diferente, atuando com mais discrição.
O novo corregedor tomou posse na manhã desta quinta-feira. Em entrevista coletiva, ele disse que vai atuar com "mão de ferro" para enfrentar a corrupção na Justiça.
"A maioria dos juízes é de pessoas boas, mas temos uma meia dúzia de vagabundos que precisamos tirar do Judiciário. As maçãs podres é que precisamos retirar", disse.
Falcão fez elogios à ministra Eliana Calmon, que protagonizou diversos embates com as entidades representativas dos juízes por prometer investigar seus patrimônios, mas não a livrou de alfinetadas.
"O que não vou é quebrar o sigilo de ninguém. Quebrar sigilo é crime. Eu não cometerei crime quebrando sigilo sem autorização judicial. Quando tiver [indício de crime], eu pedirei para o juiz", afirmou.
Incomodados com a atuação de Eliana, entidades chegaram a afirmar que ela teria atuado de forma irregular e quebrando sigilos.
O novo corregedor prometeu agir com o mesmo "rigor". " Tenha certeza que, quem estiver pensando que com a saída de Eliana vai modificar, está muito enganado, vai continuar tudo do mesmo jeito", disse Falcão.
O ministro afirmou que vai continuar investigando a evolução patrimonial dos juízes e defendeu a equiparação salarial. "Não é possível que um magistrado de tribunal ou primeira instância ganhe mais que ministro da Suprema Corte".
Reajuste – Sem dar detalhes das negociações, o novo corregedor disse que nos próximos dias deve ser anunciado um reajuste salarial para os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), que provoca um efeito cascata. Falcão disse que foi informado que as negociações entre Executivo e Judiciário estão avançando.
"Exige uma defasagem dos últimos seis, sete anos, mas parece que há negociações entre presidente do STF [Carlos Ayres Britto] e a presidente [Dilma Rousseff] e acho que nos próximos dias será anunciada uma reparação dos vencimentos, uma reposição para magistratura", disse.
Na proposta de reajuste que enviou ao Congresso, o presidente do Supremo, enviou um projeto de lei que pede o aumento de 7,12% no salário mensal pago aos ministros da Corte, passando a cerca de R$ 28,6 mil.
O reajuste tem impacto nos salários do Judiciário, mas a proposta precisa ser votada pelo Congresso.