Número de acidentes de trabalho tem leve queda no Brasil, mas ainda é alto

Um recente estudo divulgado pela OIT – Organização Internacional do Trabalho – apontou uma redução de apenas 7,2% no número de acidentes de trabalho ocorridos no Brasil entre 2008 e 2010. O número passou de 756 mil, em 2008, para 701 mil, em 2010, com queda em 17 estados brasileiros. “Deve haver uma mudança aguda para que o número de acidentes diminua ainda mais”, considera Denis Souza, gerente comercial da Yorgos Ambiental.
A Yorgos Ambiental é especializada na detecção de gases em espaços confinados – que são aqueles onde a ventilação existente é insuficiente para remover contaminantes ou onde possa existir a deficiência ou enriquecimento de oxigênio – e oferece soluções completas para indústrias dos mais diversos segmentos para evitar risco de acidentes e explosões nesses espaços, incluindo uma linha completa de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).
De acordo com o estudo da OIT, o índice de mortalidade por acidente de trabalho (relação entre o número de mortos por acidente para cada grupo de 100 mil trabalhadores) era de 11,5 em 2003 e chegou a 7,4 em 2010. A Taxa de Incidência de Acidentes do Trabalho, que era de aproximadamente 23 por mil vínculos empregatícios em 2008, declinou para 19,1 em 2010.
Mas, os índices ainda são altos, especialmente em algumas regiões do país. A Taxa de Mortalidade por acidentes do trabalho declinou em 21 dos 27 Estados, mas aumentou em Goiás, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Paraíba e Piauí. “Percebemos pelos dados que, nos Estados onde tem chegado o progresso industrial e socioeconômico, também aumentou o número de acidentes e de óbito, como é o caso do Nordeste”, avalia Souza.
Para Roberson Damasceno, gerente de projetos e desenvolvimento da Yorgos Ambiental, as empresas de estados mais produtivos são mais visadas pela fiscalização e por isso preocupam-se mais com questões de segurança.
Segundo ele, a maior causa de acidentes de trabalho no Brasil ainda é a queda de trabalhadores da construção civil. Muitos desses acidentes poderiam ser evitados com a utilização correta EPIs e maior fiscalização. Para o gerente, a publicação, em março deste ano, da Norma Regulamentadora 35 – NR 35 -, que trata do trabalho realizado em altura, também deve contribuir para a diminuição dos acidentes.
Souza lembra, ainda, que é preciso que o tema seja discutido pela sociedade civil, para que todos se familiarizem com a questão e, assim, possam cobrar mais ações que impulsionem a queda dos acidentes de trabalho no país. Para ele, a postura do empresariado também precisa mudar. “Salvo exceções, grande parte do empresariado ainda enxerga as ações prevencionistas como custo direto e improdutivo”, lamenta.
Por isso, a prevenção e o rígido cumprimento das leis e normas regulatórias de segurança do trabalho são fundamentais para que haja uma diminuição ainda maior do número de acidentes de trabalho no Brasil.