Número de empresas inadimplentes aumenta, 38% no primeiro semestre, diz SPC Brasil

SÃO PAULO – O volume de empresas com dívidas atrasadas registrou um aumento de 5,38% no primeiro semestre de 2015, de acordo com o indicador calculado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). No mesmo período do ano passado, a variação foi de 4,86%.
Em junho, o aumento no número de empresas inadimplentes aumentou 8,05% na comparação com o mesmo mês do ano passado, sendo o segundo maior crescimento desde agosto de 2013.
Segundo o presidente da CNDL, Honório Pinheiro, o ritmo acelerado do crescimento da inadimplência entre empresas é reflexo da forte deterioração da economia ao longo do ano.
"O ajuste monetário que visa a redução da inflação, ainda que importante, tem fortes efeitos sobre o faturamento das empresas e sobre o custo do capital", diz Pinheiro.
Na comparação com o mês anterior, o indicador se manteve praticamente estável, com variação de 0,09%, mas sucedendo três meses de fortes altas, desde março.
SETOR DE SERVIÇOS – O número de empresas devedoras cresceu em todos os setores, na comparação com junho de 2014. O destaque ficou por conta do setor de Serviços, englobando Bancos e Financeiras, e que, como nos meses anteriores, liderou o avanço da inadimplência, com um crescimento de 12,56%.
A segunda maior alta ficou por conta da Indústria, com crescimento 8,71% das empresas devedoras.
O indicador mostra que quase metade das empresas devedoras está concentrada no setor de Comércio (49,39%). O setor de Serviços também concentra boa parcela, com 37,22%.
Já sobre os setores credores que concentram a maior parte das dívidas de pessoas jurídicas, Serviços, com grande participação de Bancos e Financeiras, têm expressivos 70,35% do total, seguido de Comércio, com 16,21%.

Quantidade de dívidas em
atraso sobe 8,13% em junho

Além do aumento no número de empresas inadimplentes, a aceleração atingiu também a quantidade de dívidas em atraso de pessoas jurídicas, que teve um crescimento de 5,41% no primeiro semestre de 2015, contra 3,77% no mesmo período de 2014.
Em junho, a quantidade de dívidas subiu 8,13%, em relação ao mesmo mês do ano passado. Na comparação mensal, o número de dívidas se manteve praticamente estável, com variação negativa de 0,03%.
A economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, explica que a dificuldade dos empresários em manter os compromissos financeiros em dia está relacionada ao baixo crescimento da economia, com quedas da produção industrial, elevada inflação e altas taxas juros. "Com maior restrição ao crédito e desaceleração do ambiente econômico, a capacidade de pagamento das empresas é afetada".