Número de médicos em Paranavaí é próximo do preconizado pela Saúde
Mas, considerando-se os números publicados neste mês pelo Conselho Regional de Medicina no Paraná e no Brasil, o município de Paranavaí não está entre os piores, embora, em termos gerais, o levantamento mostre uma concentração de especialidades nos grandes centros.
Dos 19.498 médicos cadastrados pelo Conselho Regional de Medicina do Paraná (de um total de 20.499 médicos, dos quais 13.049 homens e 7.454 mulheres, sendo 12.521 com especialização e 7.974 sem especialização), 9.591 estão em Curitiba. Ou seja, quase a metade trabalha na Capital.
Londrina (1.864) e Maringá (1.322) são as duas outras cidades paranaenses a concentrar mais profissionais na área. A falta de médicos no interior do Paraná e a concentração nas principais cidades do Estado é uma réplica do cenário nacional.
Além dos três municípios relacionados, em apenas outros 14 o número de médicos é superior a 100. Entre estes situa-se Paranavaí, com 174 médicos, dos quais 118 com especialidades.
E parte das 399 cidades paranaenses tem apenas um profissional para atender toda a população e outras nenhum, inclusive na região da Delegacia Regional do CRM em Paranavaí, que abrange 28 municípios (ver quadro).
Na análise de proporção de médico por grupo de 1.000 habitantes – critério adotado para verificar a cobertura médica -, o Paraná tem 1,87 médicos por grupo. Paranavaí tem 2,72, o que é bem próximo do preconizado pelas organizações de Saúde, de 2,75 médicos por 1.000 habitantes.
Quando observados aqueles profissionais que trabalham para o Sistema Único de Saúde (SUS), a proporção é menor: 1,06 médico para cada grupo de 1.000 habitantes.
Do total de profissionais do Estado, 11.252 fazem parte do Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde (CNES) – 57,70% dos 19.498 médicos paranaenses.
A respeito desta distribuição, a assessoria do CRM-PR faz o alerta de que, nas cidades em que há apenas um médico, necessariamente não quer dizer que apenas um profissional preste atendimento local.
A assessoria ressalta ainda que o censo é feito com base na residência do médico e, principalmente, no interior é muito comum que um profissional atenda aos municípios da região onde reside.
O Paraná, com a proporção de 1,87 médico para o grupo de 1.000 paranaenses, aparece em sétimo lugar no ranking nacional por Estado, além do Distrito Federal, a oferecer melhor cobertura de profissionais à população. São 19.813 médicos para 10.577.755 habitantes, de acordo com o estudo “Demografia Médica no Brasil” do Conselho Federal de Medicina (CFM).
Para o presidente do Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR), Alexandre Gustavo Bley, o governo fala que faltam médicos para desviar a atenção do real problema da saúde no País.
“O Brasil tem poucos médicos estrangeiros porque eles sabem que aqui não encontrarão a infraestrutura para a prática da medicina que você encontra nos Estados Unidos e em outros países da Europa”, argumenta.
NÚMEROS/NOROESTE – Os 28 municípios jurisdicionados pela Delegacia Regional de Paranavaí do Conselho Regional de Medicina possuem 286 médicos cadastrados – sendo 220 médicos homens e 66 mulheres – dos quais 174 estão cadastrados na cidade sede – sendo 133 médicos homens e 41 mulheres.
Mas isto não quer dizer que eles ou elas atuem somente em Paranavaí. Sabe-se que alguns têm vínculos com dois ou mais municípios da região, inclusive os que têm vínculos com o município de Paranavaí. Eles constam no CRM em 36 especialidades diferentes (ver quadro).
Considerando-se que Paranavaí tem 82.472 habitantes (IBGE), são 2,72 médicos por grupo de mil habitantes e 371.788 em todo o País.
Números em Paranavaí não estão defasados
Os números de Paranavaí, portanto, não estão tão defasados como podem fazer crer as críticas.
Na verdade existem problemas gerados em grande parte pela própria clientela, especialmente no serviço público, que se aglomera nos órgãos de atendimento cheia de preocupações com o próprio estado de saúde, nem sempre com a gravidade que querem fazer crer.
Atendentes da Saúde têm registrado ocorrências de pessoas que enfrentam fila só para receber uma palavra de conforto, que uma triagem acaba resolvendo.
Tem sido frequente o registro de populares que exigem atendimento especializado e depois não voltam mais para buscar os exames (há cerca de 600 casos parados no NIS Central). Eles acabam prejudicando aqueles que verdadeiramente precisam do atendimento.
O próprio município tem em seu quadro um número de médicos que está entre os melhores do Estado, equivalente à população. Neste ano o Município chegou a ter mais de 70 médicos contratados. Mas o número caiu para 65 nos últimos meses, devido ao interesse dos profissionais por outros centros.
Nas últimas semanas o prefeito Rogério Lorenzetti tem determinado a convocação de médicos aprovados no último concurso público para suprir as vagas abertas, mas a lista já se esgotou. E o prefeito já determinou a realização de novo concurso público – processo em andamento – para contratações de novos profissionais.