Número de negativados cai para 58,9 milhões
Apesar da queda, esse número é considerado elevado pelos economistas do SPC Brasil por representar 39,57% da população adulta no país.
Mesmo com a discreta queda na estimativa de brasileiros negativados na passagem de junho para julho, o volume de consumidores inadimplentes aumentou 1,99% no último mês frente julho do ano passado. Trata-se da terceira desaceleração consecutiva do indicador na base anual de comparação.
Na comparação mensal, em relação a junho, sem ajuste sazonal, houve um leve recuo de -0,85% no volume de consumidores inadimplentes. Os dados não levam em consideração a região sudeste devido a entrada em vigor da Lei Estadual nº 15.659, conhecida como ‘Lei do AR’, que dificulta a negativação de inadimplentes em São Paulo.
“Apesar do crescimento mais moderado da inadimplência na comparação anual e da queda na comparação mensal, ainda é cedo para considerar que a tendência de retração da inadimplência se manterá ao longo dos próximos meses”, afirma o presidente da CNDL, Honório Pinheiro.
Dívidas com água e luz lideram crescimento
O indicador também verificou que houve crescimento de 1,82% na quantidade de dívidas atrasadas na comparação entre julho de 2016 e o mesmo mês do ano passado. Na variação mensal, entre junho e julho, houve uma leve retração de 1,18%.
A abertura do indicador de dívidas em atraso por setor da economia mostra que o brasileiro ainda enfrenta dificuldades para realizar o pagamento de contas básicas.
O maior avanço no número de dívidas foi com as empresas concessionárias de serviços como água e luz, cuja alta atingiu 8,33% na comparação anual.
“Além da maior dificuldade do consumidor em arcar até mesmo com suas contas básicas, em meio à crise econômica, as empresas desses serviços mostram mais disposição em negativar os consumidores inadimplentes como forma de acelerar o recebimento dos compromissos em atraso. Tem se tornado mais comum que essas empresas negativem o CPF do residente antes de realizar o corte no fornecimento”, afirma a economista-chefe Marcela Kawauti.
As dívidas com os bancos crescerem 2,48%, ao passo que os atrasos junto ao comércio avançaram 1,42% na base anual de comparação. O único setor em que houve queda na quantidade de novas dívidas registradas foi o setor de comunicação, que engloba TV por assinatura, internet e telefonia, com recuo de 5,17%.
Para os especialistas do SPC Brasil, esta queda ainda não pode ser configurada como tendência para o segmento, mas sim uma acomodação, já que o setor foi o destaque negativo da inadimplência ao longo de vários meses em 2015, apresentando as maiores altas do indicador.
Ainda que o crescimento das dívidas no setor de contas de água e luz seja o principal destaque do mês de julho, as dívidas com os bancos são as que concentram, proporcionalmente, o maior número de pendências, com participação de 42,13% no total de dívidas em atraso das quatro regiões, seguido do comércio, com 24,44% e do setor de comunicação, com 12,46%. O setor de água e luz concentra 9,26% do total de pendências.