O caminho para o fim da crise

Ágide Meneguette*

Novamente o agronegócio deve bater recorde com uma safra de 215 milhões de toneladas de grãos colocando no mercado R$ 237,7 bilhões. Dinheiro que vai para o comércio, para a indústria e vai movimentando a engrenagem para que a recessão não faça estragos ainda maiores.
Mais uma vez é o agronegócio sustentando a balança comercial,gerando emprego, garantindo renda e contribuindo para o desenvolvimento do Brasil.O que significa que o produtor rural tem se esforçado para produzir cada vez mais e melhor.
Pena que da porteira para fora, o governo federal ainda não se atentou para isso. O agronegócio é o setor com capacidade rápida de resposta para a crise econômica.Não deu importância ao fato de que o setor que movimenta a economia precisa escoar sua safra e distribuir sua produçãopor ferrovias, rodovias, portos, aeroportos e hidrovias.
Em seus nove meses, o atual governo não anunciou investimento em nenhuma obra que mostre uma retomada de um programa nessa área.A realização de obras necessárias para o país seria também um indutor da economia.
Por outro lado, apesar de não termos tido a recuperação econômica desejada, há medidas que são importantes e que foram tomadas pelo governo Temer.
São reformas estruturais que estão resultando em recuperação dos cofres públicos que estavam desfalcados, embora não surtam os resultados imediatos.É claro que temos pressa que a economia reaqueça.
A demora nos leva a dar passos para trás, embora,às vezes, eles sejam necessários para que possamos seguir o caminho comsegurança. Não podemos negar que o governo federal conseguiu vitórias importantes no Congresso, que devem favorecer investimentos e criar condições necessárias para que a economia volte a crescer.
A PEC 55/2016, que limita o gasto público à inflação do ano anterior por um período de 20 anos, demonstra austeridade para evitar no plano federal situações de caos como a que estamos vendo em alguns estados, em que funcionários públicos estão com salários atrasados e não receberam nem o 13.º salário.
O governo, seja federal, estadual ou municipal, terá de planejar seus gastos para minimizar o endividamento e permitir a retomada de investimentos.
Quando o Governo corta 3.690 cargos de confiança e economiza R$ 176 milhões está sinalizando para uma máquina mais enxuta, direcionando o dinheiro para áreas prioritárias.
A nova Lei de Responsabilidade das Estatais trouxe seriedade e evita indicações políticas no comando de empresas públicas.A medida proíbe que pessoas com atuação partidária e cargos públicos ocupem postos de direção das estatais.
São avanços em questões cruciais para um crescimento seguro e sustentável. Embora não deem os resultados esperados a curto prazo.
Temos de pensar no futuro. É isso que faz a Medida Provisória 746/16. Ente outras mudanças, ela deixa as crianças mais tempo na sala de aula. Reformar a educação é prioritário para quem quer novas gerações mais preparadas e com conhecimento.
São medidas que demonstram seriedade com a coisa pública e transmitem segurança aos investidores. O estrago deixado pelo governo Dilma foi grande. A má gestão deixou marcas profundas que não são de fácil solução. Não se recoloca 12 milhões de pessoas no mercado de trabalho de um dia para o outro.
Teremos que continuar a exercitar um pouco mais a nossa paciência. Há sinais de novos tempos, embora o céu ainda permaneça nublado e o sol oculto como numa tarde de outono.

*Ágide Meneguette, presidente do Sistema FAEP/SENAR-PR