O Corpo tem suas razões
Quando adoecemos o que realmente nos importa é recuperar a saúde. Raramente pensamos nos motivos que nos levaram a adquirir determinada doença.
Mas quando buscamos entender os motivos que nos levaram a adoecer, enriquecemos nossa vida com mais autoconhecimento.
A doença do corpo é, também ela, uma forma de linguagem.
Quanto mais aprendemos a ler esse novo idioma, melhor poderemos reconstruir nossa própria história e a modificá-la quando possível.
Algumas pessoas criam dentro de si verdadeiras prisões emocionais e, essa incapacidade de comunicar com palavras seus sentimentos faz com que o corpo os expresse muitas vezes através de doenças.
Aprendendo esse novo idioma, interpretamos mais facilmente a linguagem do nosso corpo e seus sinais de alerta.
Quando, por exemplo, o corpo nos sinaliza com insônia, medos infundados, tontura, cansaço permanente, dores difusas e tantos outros sintomas, nos avisa que precisamos parar e refletir sobre nossa qualidade de vida.
Diante dos conflitos familiares, de trabalho ou mesmo com amigos, a doença com frequência, vem no lugar da palavra “não dita”.
Não raro, em momentos de crises conjugais, em vez de deixar vir à tona os problemas e falar sobre eles, surge o silêncio pesado (não produtivo).
Como o lacônico “eu não posso falar agora porque me sinto mal”.
Atitude de fuga consciente ou inconsciente que evita ter que falar sobre o que está velado atrás da cortina.
A doença aparece então como uma válvula de escape para os conflitos emocionais.
A opção pelo adoecer se faz pelo que chamamos de ganhos secundários. Para muitas pessoas a doença e o repouso na cama satisfazem suas necessidades de dependência.
Isso ocorre principalmente quando nos sentimos profundamente tristes e com conflitos tão grandes que parecem não caber dentro de nós.
Assim como a criança que quando adoece tem quem a cubra com conforto e segurança, às vezes regredimos inconscientemente através da doença, na busca dessa sensação de paz, ao invés de ter que enfrentar os conflitos.
Um dos mecanismos de defesa muito comum durante a doença é a regressão, onde passamos a ter comportamentos, portanto, próprios da infância.
A relação entre o estado psicológico e as doenças aponta várias razões além da regressão, como estresse, tristeza, ou toda sobrecarga de tensão emocional nas várias áreas da vida.
Podemos perceber que as origens das doenças podem ser muitas, mas se analisarmos mais profundamente percebemos que a necessidade de adoecer está sempre relacionada com a falta de amor a si mesmo, e a necessidade desesperada de reconhecimento e atenção do mundo exterior.
Como é importante quando aprendemos a expressar com palavras nossas emoções!
Colaboração de Márcia Spada