O Distrito de Graciosa através dos olhos da professora

Francisca Bruning Schuroff, então com 17 anos, chegou ao Distrito de Graciosa com a família em 1951. Se estabeleceu na “Água do Vinte e Dois”, iniciando no mesmo ano a carreira de professora na escola local. Três anos depois presenciou a elevação da comunidade para Distrito dos Catarinenses.
Também nesta época ganhou do pai uma máquina fotográfica. Desde então registrou os principais momentos históricos do que se tornaria o Distrito de Graciosa.
Hoje a professora aposentada possui um vasto arquivo sobre a localidade. Parte do seu tempo é dedicado ao levantamento histórico.
O restante do tempo ela divide na administração da propriedade rural da família e ao comércio de embutidos em feiras livres, já tradição nos eventos. “Quem não conhece ou reconhece a dona Francisca?”
“Dona Francisca” possui mais de duas mil fotos no seu arquivo pessoal. Ela lembra que por muitos anos fotografou todos os acontecimentos do Distrito. “Fotografava as festas da igreja, procissões, reuniões, nascimento de crianças, batizados, casamentos e até mesmo o último registro dos familiares ao lado dos mortos no caixão durante o velório”, relembra.
Sempre ligada às atividades da Igreja Católica, um dos troféus guardados com orgulho pela professora é o chapéu que era usado pelo Frei Boaventura Einberg, o primeiro religioso estabelecido e fundador do seminário.
Quando busca na memória tudo o que aconteceu no Distrito, a pioneira se emociona e fala do orgulho e do privilégio de ter vivido e registrado a história do local. “No início não tinha a menor noção que o hobby de fotografar seria tão importante para as gerações futuras. Quero catalogar todo meu acervo e identificar todos os fatos registrados”, afirmou a professora.

(Retirado do texto: “Desde 1954 professora fotografa os fatos do Distrito”, publicado originalmente em agosto de 2013)