O homem que proferiu a oração do Pai-Nosso

A brevidade da vida é espantosa, e os fenômenos que a envolvem são assombrosos. Choramos ao nascer, sem compreender o mundo em que entramos.
Morremos em silêncio, sem entender o mundo de que saímos. Quem nos colocou no anfiteatro da existência para saborear a vida e depois de alguns momentos nos fazer despedir dela?
Ao longo deste livro falarei das ideias de grandes ateus. A maioria deles existiu por causa das loucuras praticadas pelas religiões, como a discriminação, a exclusão, as injustiças, as guerras e os massacres.
Esforcei-me muitíssimo para eliminar DEUS como possibilidade de ser o autor da existência, mas, depois de muito estudo, vi que isso era impossível.
Antes da existência do mundo, de qualquer ser, de micro-organismo, galáxias, planetas, estrelas, átomos ou partículas atômicas, havia o “nada”, o vácuo existencial. Em meu discurso ateísta pensei: “No princípio era nada e o nada gerou todas as coisas”. Mas o “nada” jamais poderá ser despertado do sono da irrealidade, pois vive o pesadelo eterno da inexistência. O “nada” e o vácuo existencial não são criativos. Só a existência pode gerar existência.
Tal abordagem leva a uma grande tese filosófica: DEUS não é uma hipótese da fé, mas uma verdade cientifica. Se eliminarmos DEUS do processo criativo, eliminamos a própria existência, e retornamos ao vácuo completo, imergimos na esterilidade tirânica do “nada”.
Pode-se usar qualquer teoria da para explicar o mundo e a natureza – do big-bang à teoria da evolução biológica -, mas nenhum delas pode incluir o “nada” ou o “vácuo existencial” na origem. Em algum momento da cadeia de indagações, DEUS – ou o nome que se queira dar a Ele – tem de aparecer. Só não aparecerá se a sequência de perguntas for interrompida, seja pelo ateísmo, pelo preconceito, seja, principalmente, pela dificuldade de expandir a arte da dúvida e o mundo das ideias.
A sociedade evoluiu em muitos aspectos, em alguns, estacionou. Evoluímos muito na medicina curativa e preventiva, prolongando a vida. Algumas populações vivem em média 80 anos. No passado, vivia-se menos, mas a vida passava mais devagar. Hoje as pessoas estão sempre apressadas, estressadas, sem tempo para conviver com aqueles que amam e para cuidar de si mesmas. Não sabem fazer pausas estratégicas para corrigir suas rotas.
A oração do Pai-Nosso é uma dessas excelentes paradas estratégicas que Jesus fez pensar os segredos que tecem a vida e refletir sobre os seus mais importantes projetos.
O tempo parou para que Ele analisasse os ditames da vida. Jesus instigou seus ouvintes a expandir sua capacidade de observar, interiorizar, deduzir, criticar e agir. Não queria gerar servos tímidos, frágeis, submissos, mas pensadores livres que mudassem a geografia da história, pelo menos da própria história.
Nesse clima, Ele ensinou a sua famosa oração. Ela é dirigida a todo ser humano, mas em especial aos que têm coragem para se esvaziar e se tornar eternos aprendizes, aos que procuram a serenidade e a mansidão, aos que têm sede e fome de justiça, aos que querem construir uma nova sociedade. “A Solidão de DEUS – (Augusto Cury).

Louvado Seja Nosso Senhor Jesus Cristo

Ginez Romera Plaza Filho
Vicentino
ginezromerapfilho@hotmail.com