O mito do frango com hormônio

Quem nunca ouviu falar que é melhor não comer muita carne de frango, pois estão cheias de hormônios? Mas, como explica o veterinário Rhoger Messias dos Santos da Frangos Pioneiro (no norte Pioneiro do Paraná), esse é apenas um mito difundido erroneamente entre a população.
“O uso de qualquer substância com a finalidade de estimular o crescimento e a eficiência alimentar é proibida no Brasil pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Além disso, os hormônios de crescimento demoram cerca de 60 dias para começarem a agir no organismo da ave e o seu abate é feito em, no máximo, 45 dias”, afirma.
Um dos motivos que contribuíram para a criação deste mito foi a comparação entre os frangos de granja, geralmente maiores e com carne mais macia, e os caipiras, menores e com menos carne.
“Nas granjas, os animais são criados com temperatura e umidade controladas, horários para alimentação e descanso, água tratada e uma dieta balanceada para cada fase, sendo que o alimento fica disponível o tempo todo. Já os frangos caipiras são criados sem nenhum controle e são alimentados poucas vezes por dia, muitas vezes apenas uma única refeição, e somente com milho”, esclarece Carla Rodrigues, supervisora da Garantia da Qualidade da Frangos Pioneiro.
Para atingir o peso ideal e garantir a qualidade da carne dos frangos, todas as granjas usam uma fórmula básica na ração, composta basicamente por milho, soja, farinha de carne, gordura, vitaminas, minerais e aminoácidos, e também podem ser adicionados prebióticos, probióticos, ácidos orgânicos e enzimas.
“A alimentação é desenvolvida de acordo com cada fase da vida do frango. Nos primeiros 22 dias, a ração possui componentes que ajudam no crescimento e desenvolvimento dos órgãos. A partir do 23º dia, o alimento é desenvolvido e administrado para o ganho de peso da ave”, conta Carla Rodrigues.

Certificações de qualidade e exportação
Na hora do abate e processamento, os frangos ainda passam por inspeções municipais, estaduais ou federais que verificam se o frango está saudável e apto para o consumo humano.
“São diversos procedimentos de gestão sanitária, de qualidade e boas práticas de fabricação que todas as indústrias precisam seguir, sempre com acompanhamento de um médico veterinário. Para aquelas que desejam comercializar seus produtos para outros estados ou países, é obrigatório ter a fiscalização do SIF (Serviço de Inspeção Federal), que estabelece diversas regras e práticas mais detalhadas e específicas”, declara a supervisora de Garantia de Qualidade.
Uma indústria ter a certificação para exportação assegura ainda mais a qualidade da carne de frango. “A maioria dos países possui normas sanitárias e de qualidade específicas que precisam ser atendidas pelos exportadores. As indústrias ainda ficam sujeitas a auditorias dos países importadores, que são realizadas em qualquer época do ano, sem um aviso prévio”, salienta a supervisora.
Desde 2010, a Frangos Pioneiro tem habilitação para exportação, sendo que o seu maior mercado são os países islâmicos, que exigem a obtenção do Selo de Qualidade Islamic Halal, do Serviço de Inspeção Islâmica. “Esse selo é um comprovante de empresa sustentável, pois exige rigorosas condições de higiene e animais saudáveis”, ressalta Carla Rodrigues.