Operação do Ministério Público em Paranavaí resulta em duas prisões

Dois empresários de Paranavaí foram presos em flagrante ontem durante uma operação do Ministério Público em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde. Donos de um ferro velho e de uma revendedora de peças de carros usados, eles descumpriram a determinação de eliminar os criadouros de mosquitos da dengue.
As duas empresas funcionam em um mesmo terreno e são consideradas pontos estratégicos no combate à dengue, porque a concentração de focos de larvas do Aedes aegypti é bastante elevada. De acordo com a promotora de Saúde Pública, Suzy Mara de Oliveira, eles já haviam sido notificados e um prazo foi dado para que fizessem a limpeza no local.
Mesmo assim, a quantidade de sucata encontrada durante a ação de ontem foi grande, conforme contou a promotora de Saúde Pública. Como resultado, a incidência de focos do mosquito da dengue também foi bastante alta, explicou Suzy Mara.
No caso dos dois empresários existem três acusações. Com base na Lei Federal nº 9.605/98, eles cometeram crime ambiental, por acumularem sucata e resíduos sólidos de forma irregular. De acordo com o Artigo 268 do Código Penal, assumiram o risco facilitar a propagação de doenças. Além disso, não cumpriram uma determinação judicial.
Suzy Mara informou que em Paranavaí foram identificados 102 pontos estratégicos. Já houve orientação para os empresários, que também foram advertidos e notificados. Por isso, a operação do Ministério Público será mantida e “quem não estiver de acordo com a lei será preso”, afirmou a promotora. “Serão visitas periódicas”, completou.
Ontem no final do dia os empresários pagaram fiança e foram liberados. O alvará de soltura foi expedido pelo fórum.
A DENGUE – Segundo informações da Vigilância em Saúde, as notificações de casos de dengue feitas pela Secretaria de Saúde de Paranavaí somavam 10.986 na última segunda-feira. Considerando os pacientes atendidos mais de uma vez, o total de pessoas com a doença em 2013 chegava a 9.855.
Segundo Edna Arrotéia da Silva, coordenadora municipal de Vigilância Epidemiológica, para cada 100 imóveis de Paranavaí mais do que quatro ainda têm criadouros de larvas do Aedes aegypti (um percentual acima de 4%). O índice tolerável pela Organização Mundial da Saúde é de menos do que 1%.