Operação que combate pirâmide financeira que usa moeda digital prende 11 pessoas
BRASÍLIA (ABR) – A Operação Patrik cumpriu, até o início desta tarde, 11 dos 13 mandados de prisão preventiva contra suspeitos de crimes financeiros por meio do uso da moeda digital Kriptacoin. De acordo com os investigadores, alguns dos acusados já foram investigados pela polícia por crimes como estelionato, associação criminosa e, até mesmo, tráfico de drogas. Estimativas iniciais apontam uma movimentação de R$ 250 milhões obtidos a partir de golpes aplicados contra cerca de 40 mil pessoas.
O número de vítimas pode ficar ainda maior com a divulgação da operação que prendeu pessoas ligadas à empresa Wall Street Corporate, bem como a algumas empresas laranjas. O nome Patrik é um anagrama (transposição de letras de palavra ou frase para formar outra palavra ou frase diferente) da palavra Kripta.
Há ainda dois foragidos, segundo a Polícia Civil do Distrito Federal, que cumpriu, na manhã de ontem, 18 mandados de busca e apreensão em oito localidades do DF e em Goiânia. Os golpistas são acusados pelos crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa, estelionato e uso de documento falso, além do crime de pirâmide financeira. O número de presos pode ficar maior, mas os nomes dos investigados correm sob sigilo. “Hoje foram presas apenas as pessoas de maior relevância. Sabemos que outras pessoas podem estar envolvidas, mas precisamos antes avaliar a conduta delas”, disse o coordenador de Repressão a Crimes contra o Consumidor, Ordem Tributária e Fraudes (Corf), delegado Wisley Salomão.
A investigação corre em parceria com o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).
OUTRO LADO – O advogado da Wall Street Corporate, João Paulo Todde, todas as informações que circulam sobre o caso na mídia não passam de “meras especulações”. O que há, segundo ele, são “apenas denúncias” relacionadas a um “nicho de investigação”.
Todde não quis comentar o fato de alguns de seus clientes já terem sido investigados pela polícia. “Esses processos foram apurados e já foram respondidos. É importante não vincularmos uma coisa a outra”, disse o advogado. Segundo ele, o que seus clientes praticaram foi o chamado “sistema de marketing multinível” – um modelo de remuneração que é usado para manter as vendas de produtos e serviços, onde o retorno financeiro é destinado não só ao profissional que fez a venda, mas também a sua linha patrocinadora. “São informações muito técnicas que as pessoas acabam desconhecendo e replicando de forma indevida”.